Há mais de 100 ensaios clínicos em curso e um deles implicou o transplante de células para o cérebro, de forma a abrandar a doença de Parkinson.
Andrew Cassy trabalhava em telecomunicações até que um diagnóstico de Parkinson o empurrou para a reforma. Tinha 44 anos e, segundo a revista científicaNature, foi a curiosidade e o entendimento da sua doença como um problema de engenharia que o levou a candidatar-se a ensaios clínicos. Um deles levou cirurgiões a colocarem-lhe células estaminais no cérebro, em outubro.
Getty Images
Este estudo é um entre vários em curso que investigam as capacidades das células estaminais nos órgãos do corpo humano. O teste no qual Cassy participou foi conduzido pela BlueRock Therapeutics, uma empresa de biotecnologia sediada em Cambridge, no Reino Unido. Aos participantes, foram transplantadas células progenitoras A9, derivadas de células embrionárias humanas. Dois anos depois, o tratamento aparenta ser seguro, tendo em conta as pessoas que já o receberam. Mostrou indícios de eficácia nos pacientes que receberam doses mais elevadas de células produtoras de dopamina, criadas a partir de células estaminais. Os primeiros sintomas de Parkinson surgem quando as células produtoras de dopamina se degeneram.
"A taxa de progresso tem sido notável. Há apenas 26 anos que aprendemos a cultivar células estaminais humanas em frascos", destaca Martin Pera, especialista em células estaminais, à Nature.
Comparado com outros órgãos, como o coração, o pâncreas e os rins, o cérebro mostrou ser um dos órgãos mais simples de tratar com células estaminais. Os investigadores esperam agora que estas possam começar a ser utilizadas em breve como parte do tratamento de várias doenças, das neurológicas ao cancro, diabetes, insuficiência cardíaca e doenças oculares. Os tratamentos podem tornar-se comuns e parte da medicina geral entre cinco a dez anos, apontou a revista científica Nature.
Este estudo é agora mais um dos mais de 100 ensaios clínicos já realizados. Segundo a Nature, esta "onda e estudos clínicos marca uma ponte de viragem para as terapias com células estaminais".
O primeiro transplante destas células ocorreu na Suécia, em 1987, tendo sido utilizados neurónios de cérebros em desenvolvimento de fetos de gestações interrompidas. Desde então, já mais de 400 pessoas com Parkinson receberam estes tratamentos, tendo os resultados sido variados.
Muitas pessoas não viram nenhum benefício ou notaram efeitos colaterais debilitantes. Já outras, melhoraram tanto que não precisaram mais de tomar medicamentos que limitassem a falta de dopamina.
Estes medicamentos são eficazes, mas têm efeitos colaterais: são responsáveis por movimentos descontrolados e comportamentos impulsivos. Segundo a revista Nature, à medida que a doença progride, a eficácia destes medicamentos tende a diminuir e os efeitos colaterais a piorar.
Apesar das evoluções que se têm registado, a Nature lembra que existem ainda alguns desafios pela frente no que toca ao tratamento de doenças com o Parkinson com recurso a estas células. Falta ainda definir quais as células mais adequadas para cada propósito e descobrir como contornar a necessidade de medicamentos imunossupressores que impedem a rejeição das células, mas aumentam o risco de infeções.
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