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Novo estudo confirma benefício da vacina contra cancro do colo do útero

Lusa 08:48
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Sobretudo quando administrada em idade jovem.

As vacinas contra o papilomavírus humano (HPV) reduzem drasticamente o risco de cancro do colo do útero, sobretudo quando administradas em idade jovem, conclui um estudo de grande escala realizado em França.

Estudo foi realizado em França
Estudo foi realizado em França DR

"A vacinação contra o HPV reduz provavelmente a incidência de cancro do colo do útero em 80% nas pessoas que foram vacinadas aos 16 anos ou antes", conclui o estudo divulgado na segunda-feira e conduzido pela Colaboração Cochrane.

A Cochrane é uma organização que reúne inúmeros investigadores internacionais para realizar estudos com o objetivo de estabelecer o conhecimento atual sobre um determinado assunto.

A qualidade deste trabalho é amplamente aceite na comunidade médica e científica, apesar de algumas críticas metodológicas, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Os benefícios da vacinação contra o HPV são já amplamente reconhecidos, dado que este vírus sexualmente transmissível é responsável por diversas doenças, principalmente o cancro do colo do útero.

Muitos países já realizam programas de vacinação para adolescentes, mas encontram frequentemente resistência alimentada pela hesitação em relação à vacina.

Neste contexto, a Cochrane, que já tinha examinado o tema no final da década de 2010, publicou duas novas revisões da literatura científica existente, dado que muitos novos estudos foram entretanto conduzidos.

A primeira revisão, baseada exclusivamente em ensaios clínicos realizados por empresas farmacêuticas, conclui que estas vacinas são seguras, mas não eficazes contra o cancro do colo do útero, uma vez que estes estudos carecem de um seguimento a longo prazo suficiente.

Em contraste, a segunda revisão, que compila mais de 200 estudos realizados posteriormente para medir o impacto das campanhas de vacinação, conclui claramente que a vacinação tem um efeito decisivo na prevenção do desenvolvimento destes cancros.

Este efeito é ainda mais forte quando a vacinação é administrada precocemente: numa idade mais avançada, muitos jovens já foram expostos ao vírus quando iniciam a sua vida sexual, o que reduz o impacto protetor da vacina.

Quanto a outros cancros - vulvar, anal e peniano - associados ao HPV, a vacina parece eficaz, mas as evidências são de menor qualidade devido à raridade destas condições, que foram alvo de menos estudos.

Tal como o primeiro estudo, este é também tranquilizador em relação aos efeitos secundários: a vacinação contra o HPV "não está associada a um maior risco de efeitos secundários a longo prazo ou infertilidade", concluem os investigadores.

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