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Investigadores criam prótese que devolve sensação e autonomia a amputados

02 de outubro de 2019 às 19:37
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O projeto usa próteses que estimulam nervos no que resta da perna, e permitiu a três pacientes amputados acima do joelho desempenhar melhor tarefas como subir escadas e contornar obstáculos.

Uma equipa de investigadores criou umaprótesepara pessoas cujas pernas foram amputadas que permite recriar sensação no joelho e pé, evitando quedas e permitindo movimentos complexos.

O projeto, divulgado esta quarta-feira na revista Science Translational Medicine, usa próteses que estimulam nervos no que resta da perna, e permitiu a três pacientes amputados acima do joelho desempenhar melhor tarefas como subir escadas e contornar obstáculos.

As próteses foram criadas por um consórcio europeu baseado no Instituto Federal de Tecnologia deZurique, em colaboração com instituições sérvias.

"Mostrámos que não é preciso tanto esforço mental para controlar a perna biónica porque o amputado sente que a prótese faz parte do seu próprio corpo", afirmou o investigador Stanisha Raspopovic.

Como tinham sensação transmitida por elétrodos aplicados no coto, isso libertou os participantes nos testes de terem que olhar para onde estavam a colocar a prótese, permitindo-lhes até recuperar de situações em que estavam a cair.

"Imagens cerebrais e testes psicofísicos confirmaram que o cérebro é menos solicitado com a perna biónica, libertando mais capacidade mental para completar as várias tarefas com sucesso", afirmam os investigadores.

A tecnologia usada imita os estímulos elétricos que o sistema nervoso teria recebido se a perna estivesse intacta.

O protótipo tem sete sensores na sola do pé artificial e um codificador no joelho que deteta o ângulo de flexão do pé da prótese, baseando-se nos sinais emitidos pelos sensores.

Os estímulos passam por um algoritmo que transmite os sinais através de elétrodos em contacto com os nervos, especificamente, o nervo tibial, até chegar ao cérebro.

O protótipo ainda não chegou ao mercado, mas a equipa considera que poderá estar disponível em breve, apostando num período experimental maior e com mais voluntários.

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