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Investigadores da Universidade do Porto concluíram que estratégia de acasalamento animal pode não ser procurar o melhor parceiro, mas sim evitar o pior.
Investigadores concluíram que estratégia de acasalamento animal pode não ser procurar o melhor parceiro, mas sim evitar o pior, segundo um estudo realizado por uma equipa do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), divulgado esta terça-feira.
Em entrevista à Lusa, Ana Cristina Gomes, uma das autoras do artigo hoje divulgado na revista Evolution, contou que o principal objetivo do estudo foi "explicar a existência de variedade de sinais sexuais" utilizados pelas diferentes espécies animais.
"Queríamos tentar explicar a variedade de sinais sexuais utilizados pelas diferentes espécies animais, por vezes sinais muito custosos, por outras sinais mais fáceis que quase todos os machos desenvolvem, assim como as diferentes preferências sexuais que lhes dão origem", afirmou a investigadora do CIBIO-InBIO, da Universidade do Porto.
Assim, através de ferramentas computacionais que simularam a evolução das preferências sexuais das fêmeas em cenários socioecológicos diferentes, como em condições de monogamia, poligamia e mais ou menos oportunidades de escolha, os investigadores concluíram que "frequentemente é mais importante evitar apenas os de pior qualidade".
Segundo Ana Cristina Gomes, este trabalho teórico, desenvolvido conjuntamente com o investigador do CIBIO-InBIO Gonçalo Cardoso, usou "dois tipos de abordagem".
"Numa primeira abordagem, eram percetíveis as qualidades dos machos, por exemplo saúde ou estado físico. Em algumas circunstâncias, as fêmeas escolhiam machos com melhores qualidades, e noutras apenas evitavam os piores", frisou.
A investigadora explicou à Lusa que foi através da segunda abordagem, "em que a qualidade dos machos era avaliada indiretamente pelos seus sinais sexuais", que a equipa percebeu quais as implicações evolutivas das diferentes estratégicas das fêmeas.
"Em muitas situações de poligamia, como os machos de altas qualidades estão sempre disponíveis na população, verificamos que são esses os preferidos. Como consequência evoluem sinais difíceis que distinguem estes machos dos restantes. Por outro lado, em situações de monogamia, como os machos de melhor qualidade apenas podem ser escolhidos uma vez, é comum a estratégia das fêmeas de apenas evitar os piores. Neste caso espera-se a evolução de sinais mais fáceis que permitem distinguir a generalidade dos machos dos piores", esclareceu.
Para a investigadora, o estudo, designado 'Choise of high-quality mates versus avoidance of low-quality mates', pode ser "um passo para explicar a evolução não só de sinais sexuais animais muito elaborados, mas também dos mais simples".
"A teoria da seleção sexual tem-se focado na evolução de sinais elaborados, exagerados, que conseguem mostrar elevada qualidade. Mas também existem sinais mais simples e fáceis para os quais faltava uma boa explicação evolutiva", acrescentou.
Fêmeas não querem o melhor parceiro, mas só fugir do pior
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