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Casos de negligência no Hospital de Faro

Lucília Galha
Lucília Galha 11 de maio de 2023 às 20:00

Duas raparigas quase perderam o pé, por descuido dos ortopedistas, e um homem de 68 anos foi enviado para casa com o diagnóstico de um dos tumores cerebrais mais agressivos. As denúncias de má prática médica naquela unidade algarvia sucedem-se.

Já passaram praticamente três anos, mas Eudora Rosa nunca se esqueceu das palavras daquele médico ortopedista: “Isto é uma necrose, mãe, vá para casa e amanhã retira a ligadura e coloca Betadine”. Tratava-se do pé esquerdo da sua filha Bianca, de 4 anos. Explicação: uma necrose significa a morte dos tecidos. Bianca tinha, literalmente, um buraco negro no calcanhar, mas o médico ignorou: tapou a ferida com uma compressa, fez uma ligadura e enviou-a para casa. Eudora ficou em pânico e foi nesse dia, 20 de maio de 2020, pedir uma segunda opinião à médica de família. “Assim que destapou a ferida, ficou chocada. Não acreditava como a tinham mandado para casa assim”, conta a mãe, 36 anos.

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