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Oftalmologistas alertam que cancelamento dos tratamentos pode levar à cegueira

Muitas consultas, tratamentos e cirurgias, na área da oftalmologia, foram desmarcadas devido à pandemia de Covid-19.

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alertou hoje que a interrupção dos tratamentos oculares pode levar a perda grave de visão e cegueira, apelando aos doentes para não terem receio de ir aos hospitais e retomar as consultas.

O alerta é feito pelo médico oftalmologista e vice-presidente e da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), Rufino Silva, na véspera de se assinalar o Dia Mundial da Visão e numa altura em que muitas consultas, tratamentos e cirurgias, na área da oftalmologia, foram desmarcadas devido à pandemia de covid-19.

"É muito importante que as pessoas retomem os tratamentos e não faltem às consultas que estão marcadas", porque está a ser feito "um esforço enorme" para retomar o ritmo normal dos tratamentos e os "hospitais são lugares seguros", disse à agência Lusa Rufino Silva.

O especialista alertou para a importância de os doentes não pararem os tratamentos, porque nalguns casos pode levar mesmo à "perda irreversível de visão".

"Estou a falar, por exemplo, da degenerescência macular da idade, da retinopatia diabética, do glaucoma, que podem implicar perda de visão se os tratamentos forem interrompidos durante meses", alertou Rufino Silva.

Por outro lado, há outras doenças em que o diagnóstico tem que ser feito. Por isso, as pessoas que estão em primeiras consultas ou a fazer consultas regulares, devam mantê-las.

O especialista defendeu ainda que as pessoas devem estar atentas "a situações e sinais que possam estar associadas a doenças oculares" e não os desvalorizar, dando como exemplo pessoas com mais de 65 anos que tenham distorção da visão devem recorrer ao seu oftalmologista.

"Mais de 85% da informação que recebemos chega-nos através da visão. A nossa vida pessoal, profissional, afetiva e relacional está suportada na informação visual", referiu o médico.

Por isso, frisou, "há todo um cuidado a ter para que os cuidados médicos que antes eram prestados continuem", disse, reiterando que "as pessoas não devem ter medo de ir ao hospital" com o receio de contrair a covid-19, porque foi feita "reorganização dos serviços, dos circuitos", para que sejam lugares seguros.

"O medo de perder a visão, de acordo com estudos publicados, é superior, por exemplo, ao medo de ter um carcinoma da próstata ou um AVC. Exemplo disso é o caso dos doentes diabéticos, que como muito bem sabemos podem ter complicações graves em vários órgãos, mas a complicação que mais temem é a cegueira", segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.