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Vivemos o ano mais quente dos últimos 125 mil anos

Débora Calheiros Lourenço 10 de novembro de 2023 às 10:07

O aumento da temperatura é apresentado pelo C3S como o resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis e do fenómeno climático El Niño.

Este ano deverá ser o mais quente dos últimos 125 mil anos, avançou o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia, após o mês de outubro ter apresentado um grande aumento da temperatura.

Luís Forra/Lusa

A anomalia apresentada em outubro, mais 0,4 graus Celsius do que em 2019 - o mais quente anteriormente registado -, foi descrita pela vice-diretora do C3S como "muito extrema". A temperatura média do ar à superfície em outubro foi de 15,3 graus Celsius, 1,7 graus Celsius mais quente do que a média no período pré-industrial, entre 1850 e 1900, o que leva os cientistas a acreditar que este vai ser o ano mais quente desde que há registo.

O aumento da temperatura é apresentado pelo serviço como o resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis e do fenómeno climático El Niño.

Este fenómeno tem um impacto importante no aumento da temperatura dos oceanos e o ano mais quente já registado, 2016, foi também um ano em que houve El Niño - apesar de ser um fenómeno natural que dura entre nove e 12 meses é impossível prever os seus ciclos.

É esperado que o fenómeno tenha o seu pico entre novembro deste ano e janeiro de 2024, o que faz os especialistas do C3S temerem uma nova subida de temperatura até abril do próximo ano.

As alterações climáticas têm causado eventos cada vez mais extremos. Durante este ano inundações na Líbia mataram milhares de pessoas, fortes ondas de calor foram sentidas na América do Sul e na Europa e o Canadá passou pelos piores incêndios florestais alguma vez registados no país.

Os dados do C3S foram publicados três semanas antes dos representantes mundiais se reunirem no Dubai para a COP28. A conferência da ONU pretende juntar quase 200 países e negociar as melhores ações para combater as alterações climáticas, uma das dificuldades centrais será estabelecer um acordo para a eliminação gradual da queima de combustíveis fósseis.

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