Tudo o que se sabe sobre o Q*, a descoberta que coloca a Humanidade "em risco"
O programa informático a "inteligência de um aluno da primária" e isso é um "salto" gigantesco. Tudo o que já se sabe sobre o novo projeto da OpenAI.
O conselho de administração da OpenAi, empresa líder no desenvolvimento de programas de inteligência artificial, recebeu uma carta de vários investigadores que alertavam para os perigos de um novo algoritmo, chamado Q* (lê-se Q-Star e traduz-se por "Estrela Q").A Q* foi considerada pelos autores da carta como uma ameaça para a humanidade. Mas o que faz?
A Reuters avançava, a semana passada, que o Q* seria capaz de substituir os humanos naquelas que são consideradas as tarefas economicamente mais importantes. Os testes realizados terão demonstrado que, com recurso a um vasto conjunto de recursos computacionais, a tecnologia é capaz de resolver problemas matemáticos de uma complexidade inaudita.
Embora o nível de "inteligência" da Q* seja ainda comparável ao de um "aluno da primária", os resultados foram positivos o suficiente para deixar os investigadores do projeto otimistas. Porque apesar de ser classificada como uma capacidade equivalente à de um aluno da "primária", a resolução de um problema matemático é um avanço significativo, já que os sistemas de inteligência artificial não têm ainda capacidade de compreensão de problemas.
Isto quer dizer que o computador terá deixado de ser uma calculadora com uma capacidade de resolver um número finito de operações. O Q* seria capaz de aprender e compreender problemas e desenvolver raciocínios matemáticos, exatamente como um cérebro humano.
Se o programa "for capaz de pensar logicamente sobre conceitos abstratos, algo que ainda não consegue fazer, é um salto enorme", explicou Charles Higgins, cofundador da Tromero, em declarações à Business Insider. "A matemática resume-se a umpensamento lógico simples. Se dizemos que X é maior que Y e que Y é maior que Z, então X é maior do que Z. Isto é simples, mas os modelos de linguagem têm dificuldade com estas premissas porque não têm raciocínio lógico, têm apenas intuições", elencou o investigador norte-americano.
Esta alteração podia, por exemplo,terminar com as "alucinações"demonstradas pelo ChatGPT (situações em que o gerador de texto cria informações falsas para responder a uma pergunta). No limite, esta nova fase pode fazer com que o ChatGPT consiga criar "pensamentos" originais e não uma amálgama de texto e palavaras.
O despedimento de Altman
Dias depois da carta chegar ao conselho de administração, Sam Altman, co-fundador da empresa, foi demitido. A sua saída foiacompanhada pela demissão de vários diretorese rapidamente a decisão foi revertida, mas foi escolhido um novo conselho de administração da OpenAi.
Nas últimas semanas muito se discutiu sobre o que terá motivado o despedimento de Altman e até agora a teoria com mais força é de que o fundador saiu depois da descoberta que, alegadamente, poderia pôr em causa o futuro da humanidade. Semanas antes da polémica, Altman afirmou: "Por quatro vezes na história da OpenAI pude estar na sala quando se levantou o véu da ignorância e a fronteira da descoberta foi ultrapassada". Não explicou o que queria dizer com isto, mas revelou que a última dessas situações tinha acontecido duas semanas antes.
Mira Murati, diretor da área tecnológica (CTO) da OpenAI, disse à agência Reuters que avisou os funcionários da empresa que a carta acerca do Q* precipitou a decisão do conselho de administração. O nome de Murati foi avançado como possível substituta para Altman como diretor-executiva (CEO). Mas outros problemas foram citados, como as preocupações ligadas à comercialização precoce deste novo avanço tecnológico, cujas consequências não haviam sido ainda estudadas a fundo.
Sam Altman terá defendido o avanço da IA de forma agressiva, enquanto a administração os membros do anterior conselho de administração defendiam que a empresa devia avançar de forma mais cuidadosa. E esse clima de animosidade enter CEO e conselho de administração já vinha sublinhado no comunicado de saída: "[Altman] não era consistentemente sincero nas suas comunicações com o conselho, prejudicando a capacidade de exercer as suas responsabilidades". "O conselho não confia na sua capacidade de continuar a liderar a OpenAI", acrescentava ainda o comunicado
Após a demissão de Sam Altman,a Microsoft tinha avançado com a proposta de o integrar na empresa, mas a transferência não se deu.
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