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Nobel da Medicina para cientistas que desenvolveram vacinas de mRNA

Ana Bela Ferreira 02 de outubro de 2023 às 10:48

Katalin Karikó e Drew Weissman foram distinguidos pelas suas descobertas que levaram à criação das vacinas contra a covid-19.

O prémio Nobel da Medicina foi atribuído, esta segunda-feira, a Katalin Karikó e Drew Weissman pelas suas descobertas relativas às modificações das bases nucleósidas que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes de mRNA contra a covid-19, anunciou na academia sueca.

News Agency/via REUTERS

Esta descoberta foi fundamental para o desenvolvimento rápido destas vacinas durante a pandemia de 2020. Os dois cientistas contribuíram para o ritmo sem precedentes do desenvolvimento de vacinas durante uma das maiores ameaças à saúde humana nos tempos modernos, sublinha a Fundação do Nobel, em comunicado.

Katalin Karikó nasceu na Hungria, em 1955. Foi investigadora da Academia de Ciências húngara até 1985 e depois mudou-se para a Universidade de Temple, em Filadélfia, nos EUA. Em 1989, foi nomeada Professora Assistente na Universidade da Pensilvânia, onde permaneceu até 2013. Quando se tornou vice-presidente e, mais tarde, vice-presidente sénior da BioNTech RNA Pharmaceuticals. Desde 2021, é professora na Universidade de Szeged e professora adjunta na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia.

Drew Weissman nasceu em 1959, em Lexington, nos EUA. Formou-se na Universidade de Boston, em 1987. Depois de passar pelo Instituto Nacional de Saúde, estabeleceu o seu grupo de investigação na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, em 1997. É atualmente diretor do Instituto Penn para as Inovações RNA.

Karikó é responsável por descobrir como evitar que o sistema imunitário respondesse com uma reação inflamatória às vacinas de mRNA. Este era um dos grandes obstáculos ao uso destas vacinas que começaram a ser testadas nos anos 1990, mas só com a pandemia de covid-19 viram a sua aplicação chegar à larga escala.

Em conjunto com Weissman, demonstrou em 2005 que os ajustes nos nucleósidos, as letras moleculares que escrevem o código genético do mRNA, podem manter o mRNA fora do radar do sistema imunitário.

"O Prémio Nobel deste ano reconhece a descoberta científica que fundamentalmente mudou o nosso conhecimento de como o mRNA interage com o nosso sistema imunitário e que teve um impacto significativo na sociedade durante a recente pandemia", sublinhou, no anúncio, Rickard Sandberg, da Assembleia do Novel.

Desde 2021 que se falava da possibilidade destadescoberta ser distinguidacom um Nobel. O Nobel da Medicina arrancou a entrega de distinções deste ano. Na próxima segunda-feira será conhecido o último laureado deste ano, o Nobel da Economia.

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