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Pancho Guedes, um arquitecto de aparições (1925-2015)

Dulce Neto
Dulce Neto 19 de novembro de 2015 às 22:44

Um arquitecto de muitos estilos, um homem de muitas pátrias. Português e sul-africano, modernista e surreal, deixou mais de 400 obras em Moçambique que marcavam pela sua exuberância

Dizia: "tudo depende do que se sonha". E porque este homem de olho azul não tinha medo de sonhar, tornou-se numa referência da arquitectura portuguesa do século XX. Criou casas com "olhos", prédios com "dentes", chamou-lhesO Leão que RiouA Mulher Habitável, fez escolas, conventos, apartamentos, bancos, igrejas, hotéis. É impossível ficar indiferente perante o seu trabalho, sobretudo em Maputo: ou se sorri ou se enrruga a testa. Pouco ali é comum, as linhas são tortuosas, curvas, por vezes fora de escala, complexas. Ele queria que os seus edifícios fossem "esquisitos e teatrais" mas de "fácil leitura". Porque "a arquitectura não tem que ser chata, triste e cinzenta". A dele nunca o foi. "Os meus edifícios em África pareciam uma aparição", reconheceu.

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