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O doente que deixou toda a fortuna à Unicef

Ana Taborda
Ana Taborda 22 de abril de 2017 às 08:00

A família está a tentar recuperar prédios e apartamentos no valor de 1,5 milhões de euros, alegando que a esquizofrenia paranóide o fazia acreditar em extraterrestres e querer deixar os seus bens a uma ONG

O email a anunciar a sua morte chegou escrito pelo próprio, horas depois de se suicidar, no dia 8 de Junho de 2015. F., na altura com 53 anos, preparou-o um dia antes, mas quis garantir que só seria lido depois da sua morte, como explicou na primeira linha, a negrito – "mensagem previamente escrita e posteriormente enviada por software temporizador". Havia apenas um destinatário do email, Margarida Cordeiro, responsável pela recolha de fundos da Unicef em Portugal, instituição a quem deixava toda a sua herança, vários apartamentos, duas lojas e pelo menos um prédio em Lisboa, no valor aproximado de 1,5 milhões de euros. O email, que Margarida Cordeiro confirmou à SÁBADO ter recebido, dava instruções claras sobre o seu funeral (que já tinha pago) e sobre os bens que deixava. E dizia esperar que "o produto da liquidação" da sua "herança" chegasse "intacto às crianças que desesperadamente necessitam".

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