Sábado – Pense por si

No cancro, o dinheiro é mais um problema

Lucília Galha
Lucília Galha 01 de julho de 2025 às 23:00

A doença não tem só uma carga emocional, representa uma grande perda de rendimento para as famílias. Há quem se endivide e peça ajuda – até para comer.

Carla Belém nunca parou de trabalhar. De manhã saía para o emprego (é psicóloga num agrupamento de escolas), à tarde fazia as sessões de quimioterapia. Naqueles seis meses houve alturas em que não conseguia sequer escrever ou conduzir. Era uma colega que lhe dava boleia e a escrita resolvia-a com o computador – porque era difícil agarrar numa caneta. Tinha de andar de máscara, porque trabalhava com crianças (a maioria muito pequenas), e andava sempre preocupada com a possibilidade de apanhar uma infeção. A capacidade de concentração também não estava igual. “Por várias vezes, tive de voltar a ler o que escrevia para ver se não me tinha esquecido de nada”, conta. Neste que foi um dos anos mais difíceis da sua vida fez o acompanhamento de 63 crianças, mas está a chegar ao fim “de rastos”, admite.

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