As escadas sujas deste prédio, num bairro social em Sacavém, sobem­-se às escuras. Os inquilinos não pagam as rendas e a empresa municipal não arranja a iluminação. A mãe de Elisabete abre a porta, com marcas de ter sido forçada. Tentaram assaltar-lhe a casa e não conseguiram. O interior branco e limpo contrasta com a falta de higiene exterior. A miúda, feita hoje uma adolescente, que há quatro anos vivia com a mãe e com a irmã autista em casa dos avós, tem agora uma casa. Em 2010, a nossa conversa tinha sido na zona de restauração de um hipermercado. Hoje o facto de terem a sua habitação torna tudo diferente, apesar de todas as dificuldades que persistem. Os anos da troika não lhe pareceram dramáticos porque a vida já foi mais difícil. Elisabete faz o balanço:

Elisabete, 15 anos: vida complicada que já foi mais difícil

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