Sábado – Pense por si

Desta casa vai sair um cão-guia

Lucília Galha
Lucília Galha 17 de abril de 2016 às 08:30

Até aos dois anos, vivem com uma família de acolhimento para aprenderem a socializar. O que implica irem para todo o lado: mesmo ao cinema ou ao ginásio

Sempre que sai à rua com a Zara, uma cadela labrador castanho-chocolate, a cena repete-se: primeiro, olham para o cão, depois para a cara dela. "Às vezes, até pisco o olho e as pessoas assustam-se", brinca Inês Monteiro. A jurista, de 30 anos, residente em Coimbra, já está habituada à estranheza das pessoas. Razão: ela não é invisual, mas anda com um cão-guia. Logo, pode entrar em todo o lado com o animal, sem restrições. Confuso? Nós explicamos: Inês Monteiro é família de acolhimento de um cão de assistência em treino. Na verdade, Zara não é sua, foi-lhe entregue pela Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual, de Mortágua – a única escola de cães-guia para cegos no País. Até completarem 1 ano (o que, no caso da Zara aconteceu há dias), estes cães vivem em casa das famílias de acolhimento, para aprenderem a socializar e as regras básicas de higiene e bom comportamento; no segundo ano de vida, entram num regime de colégio interno: vão para a escola em Mortágua durante a semana, para receberem treino específico, e regressam a casa ao fim-de-semana. Só aos 24 meses são entregues a um invisual.

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