Sábado – Pense por si

António Gentil Martins: “Dormia sempre com o telefone na cabeceira. O doente está à frente de tudo”

Lucília Galha
Lucília Galha 15 de julho de 2025 às 23:00

O avô fundou o IPO de Lisboa, o pai e o irmão eram médicos – mas a Medicina nunca foi uma certeza. Criou o primeiro serviço de Pediatria Oncológica, separou sete pares de gémeos siameses e foi aos Jogos Olímpicos, em 1960.

São 95 anos acabados de fazer – celebrou-os no passado 10 de julho com a família quase toda, num jantar em Monsanto, em Lisboa. Tem 8 filhos, 27 netos e 7 bisnetos, mas alguns estão emigrados. António Gentil Martins até pode estar mais debilitado fisicamente. Caiu quatro vezes nos últimos tempos, recentemente até esteve internado – partiu o cóccix –, mas continua igual a si próprio. Antes de iniciar a conversa com a SÁBADO, perguntámos-lhe se o incomodava dar entrevistas. Resposta: “Sem ofensa, estou-me nas tintas. Limito-me a dizer o que penso. É uma coisa que eu sempre fiz. Se não gostam, paciência”. Todo vestido de branco, com calças e camisa idênticas à farda de médico, e gravata preta – de luto pela mulher, que morreu no ano passado –, o antigo cirurgião pediátrico que trabalhou até aos 88 anos recorda o seu percurso, sem se perder. Agora só tem uma preocupação: quer deixar a casa arrumada antes de se ir embora. É por aí que a conversa começa.

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