Sábado – Pense por si

A primeira vedeta portuguesa

Susana Lúcio
Susana Lúcio 02 de agosto de 2020 às 18:47

Emília das Neves era idolatrada pelo público e pelos intelectuais e foi a mais bem paga atriz do século XIX. Tão bela como insubmissa, foi amante de um deputado do Reino e nunca quis casar-se

Não era a primeira crítica que Emília das Neves recebia da imprensa nacional de então. Mas em 1851, com 31 anos, quando foi acusada de conspirar para afastar a companhia do Real Teatro de S. João, no Porto, para ficar ela própria com o espaço, o artigo gerou zaragata. O amante e seu principal defensor, D. Luís da Câmara Leme, general e deputado do Reino, exigiu um desmentido ao autor do artigo, com recurso à força física. E não foi o único. Despeitado pelo desrespeito à sua diva, o então jovem de 26 anos Camilo Castelo Branco também a defendeu numa cena de pancadaria que o levou à prisão.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.