Sábado – Pense por si

A forma (impensável) como os professores tratavam as crianças

Sónia Bento
Sónia Bento 23 de abril de 2023 às 18:00

Era uma queixa inútil nos tempos em que os professores ensinavam à base de bofetadas e puxões de orelhas. As coisas mudaram, mas nem tudo para melhor, dizem os especialistas.

Todas as manhãs era um martírio para Alexandra sair de casa. Tinha vómitos, chorava e implorava para não ir à escola. Os pais perguntavam-lhe qual era o motivo. “A professora bate-me porque eu não sei fazer contas”, queixava-se. A mãe relativizava e respondia-lhe: “Então, tens de aprender!” Passaram-se quatro décadas e Alexandra Carvalho, de 48 anos, diz que ainda tem bem presente a sensação de medo que sentia quando frequentava o ensino primário num externato, em Lisboa. As punições nem eram pelo mau comportamento, mas por não saber resolver um problema, por não ser capaz de “cantar” a tabuada ou por dar erros no ditado. “Uma vez, a professora chamou-me ao quadro para fazer uma conta de dividir. Começou logo por me pegar por uma orelha, querendo que seguisse o seu raciocínio. Perguntava: ‘Quantos vão?’ Com as ideias bloqueadas, eu atirava o número que me vinha à cabeça e a cada erro uma bofetada. Com os colegas a assistirem à minha humilhação ainda por cima”, recorda à SÁBADO.

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