Secções
Entrar

Um quinto dos trabalhadores no Reino Unido acredita ser monitorizado pelo empregador

Débora Calheiros Lourenço 03 de outubro de 2023 às 14:18

O controlo nas empresas aumentou durante a pandemia. Agora o governo britânico vai agora estudar a necessidade de criar medidas para garantir a privacidade dos trabalhadores.

Um em cada cinco adultos no Reino Unido acredita que já foi monitorizado por um dos seus empregadores. Este é o resultado de uma sondagem feita pelo Gabinete do Comissário de Informação que pediu aos chefes que respeitem o direito dos funcionários à privacidade.

DR

Esta investigação surge depois de os sindicatos terem advertido para o aumento da vigilância no local de trabalho durante a pandemia. Ao todo, 1.012 pessoas responderam sobre se acreditavam que são monitorizadas pelo empregador, através de mecanismos como ter acesso às entradas e saídas, verificar o histórico da internet, fazer capturas de ecrã, controlar o GPS ou ter acesso às imagens dawebcame gravações de áudio, refere o jornal britânico The Guardianque divulgou os resultados.

Entre as práticas consideradas mais comuns pelos trabalhadores encontram-se monitorizar os tempos de acesso - 40% a consideraram que já lhes tinha acontecido - e verificação de e-mails, arquivos, telefonemas ou mensagens - 25%.

Ora, 70% dos inquiridos afirmam que consideram intrusivos estes tipos de comportamentos. Ainda assim os mais jovens, no intervalo entre os 18 e os 24 anos, são os que veem o controlo com mais normalidade, enquanto os mais velhos - mais de 55 anos - o consideram mais intrusivo (76%).

Sobre a investigação do Gabinete do Comissário de Informação, a vice-comissária de política regulamentar Emily Kaney britânica afirmou: "A nossa investigação demonstra que a monitorização no trabalho é um verdadeiro motivo de preocupação, especialmente com o aumento do trabalho flexível, ninguém quer sentir como a sua privacidade está em risco, especialmente na sua própria casa".

Por isso, alerta para a necessidade de "a monitorização ser realizada de forma legal" para evitar ter "um impacto negativo no bem-estar do funcionário e piorar a dinâmica de poder que já existe no local de trabalho".

Asorientações deixadas pelo Gabinete do Comissário de Informaçãopedem que a monitorização seja feita de forma "necessária, proporcional e a respeitar os direitos e liberdades dos trabalhadores" para que "as pessoas estejam conscientes dos seus direitos ao abrigo da lei de proteção de dados e capacitá-las para identificar e desafiar práticas intrusivas no trabalho".

O governo britânico vai agora estudar a necessidade de criar medidas para garantir a privacidade de todos os trabalhadores.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela