Quem é Vadim Krasikov, o prisioneiro que seria trocado por Alexei Navalny?
Terá trabalhado para o FSB, o serviço de segurança russo que sucedeu ao KGB, mas acabou detido em 2019 quando montado numa bicicleta matou a tiro um opositor do regime russo.
Os seus advogados chamam-lhe turista russo, mas a Justiça alemã prendeu-o como homicida. Com 59 anos, o prisioneiro Vadim Krasikov ia servir de moeda de troca pela libertação de Alexei Navalny, mas o opositor de Putin morreu antes que tal acontecesse. Os aliados de Navalny denunciaram que a morte do advogado de 47 anos ocorreu quando se ultimavam os últimos pormenores da troca de prisioneiros.
Vadim Krasikov, que foi detido na Alemanha por ter matado em 2019 Zelimkhan Khangoshvili, um opositor do regime russo, nasceu em 1965 no agora Cazaquistão, quando este ainda integrava a União Soviética. O homem, que agora cumpre uma pena de prisão perpétua na Alemanha, terá trabalhado para a FSB, o serviço de segurança estatal russo que sucedeu ao KGB, apontam os investigadores dosite Bellingcat.
Vadim Krasikov entrou na Alemanha como turista russo a 22 de agosto de 2019, e no dia seguinte usou uma bicicleta para matar Zelimkhan Khangoshvili com três tiros, no parque Tiergarten, em Berlim, enquanto pedalava. Acabou capturado em plena luz do dia, depois de algumas pessoas o terem visto a trocar de roupa e a atirar a bicicleta ao lago.
O apoio da Ucrânia na sua captura também acabou por ser fundamental, já que o país emitiu algumas informações a seu respeito. Descreviam-no como um homem com tatuagens, e que já havia sido fotografado num casamento no leste ucraniano.
Já Vladimir Putin, embora não tenha mencionado o seu nome, descreveu-o como um indivíduo "que devido a sentimentos patrióticos eliminou um bandido numa das capitais europeias", que podia ser trocado à altura pelo jornalista norte-americano Evan Gershkovich, preso na Rússia.
Em 2021, o tribunal de Berlim que condenou Vadim Krasikov considerou-o culpado de um "homicídio ordenado pelo Estado" russo, o que foi negado pelo Kremlin e por Putin. Segundo o jornalThe Guardian, a Alemanha não aceitaria que um assassino a soldo fosse libertado de uma prisão alemã a pedido dos EUA.
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