Secções
Entrar

Portugal: mais de 1/3 dos pais acha que os filhos viverão pior

18 de novembro de 2015 às 16:22

A pesquisa feita em 21 países europeus diz ainda que 33% dos jovens nacionais pondera emigrar

Em Portugal, 40% dos pais, mais do dobro da média europeia (17%), acredita que os filhos "viverão pior do que eles" porque terão que enfrentar "maiores dificuldades financeiras". Esta é uma das conclusões do relatórioIntrum Justitia, que diz ainda que 33% dos jovens até aos 25 anos pondera emigrar, menos 3% do que em 2014. 

Realizado a partir de dados recolhidos numa pesquisa realizada em simultâneo junto de 22.400 europeus de 21 países, oEuropean Consumer Payment Reportvisou "conhecer a situação e saúde financeira das famílias", concluindo que, "para fazer face às despesas e chegar ao fim do mês, os cidadãos europeus continuam a enfrentar grandes desafios".

Globalmente, pouco mais de um em cada cinco portugueses (21%) considera a possibilidade de mudança para outro país devido à situação financeira em Portugal, passando a um em cada três no grupo etário até aos 34 anos.

Por outro lado, 24% dos inquiridos em Portugal que vivem maritalmente ou em união de facto apontaram a situação financeira como um factor para não terminarem a relação, nove pontos percentuais acima da média europeia, mas abaixo da França, que lidera este ranking com 37%.

Segundo oIntrum Justitia, em Portugal esta opinião é mais comum entre os homens, com 28%, do que nas mulheres (19%).

O documente refere ainda que 49% dos entrevistados portugueses afirmou não ter pagado algumas das suas contas a tempo nos últimos 12 meses, acima da média europeia de 44%, mas bastante aquém da Grécia, onde 78% dos inquiridos afirma ter passado por esta situação.

O relatório conclui ainda que 9% dos portugueses não conseguiu pagar dentro do prazo mais de cinco faturas nos últimos 12 meses, com 43% dos consumidores nacionais a justificar o atraso por incapacidade financeira para o fazer.

Face a esta situação, 15% dos portugueses afirmou ter pedido dinheiro emprestado nos últimos seis meses, em linha com a média europeia, sendo que mais de metade das pessoas que pediram dinheiro emprestado (62%) escolheu a família como principal fonte de financiamento, 24% os amigos e 18% pediu um empréstimo ao banco.

Apesar de cumprir a obrigação de pagar as suas contas, 55% afirma que depois de as pagar fica preocupado por não ficar com dinheiro suficiente para as restantes despesas, sendo este sentimento mais negativo entre as mulheres (62%) do que entre os homens (47%).

Do trabalho resultou ainda que 28% dos inquiridos em Portugal "têm medo de abrir a caixa de correio e encontrar mais contas", menos oito pontos percentuais do que em 2014, e que 41% dos participantes economiza dinheiro regularmente, 79% dos quais "por razões de prudência, para poder lidar com eventuais imprevistos".

AIntrum Justitiaé uma consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças (CMS) fundada em 1923 e com 3.800 funcionários em 21 países, tendo iniciado actividade em Portugal em 1997.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela