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Oriundo de "boas famílias", quem é o suspeito de matar o CEO da UnitedHealth?

Luana Augusto 10 de dezembro de 2024 às 10:35

Luigi Mangione tem 26 anos, foi detido num McDonald's na Pensilvânia e está acusado de cinco crimes. Engenheiro e criador de videojogos, terá sido um aluno exemplar.

O CEO da empresa de seguros UnitedHealth, Brian Thompson, foi morto a tiro, na semana passada, por um homem armado e mascarado que se encontrava do lado de fora de um hotel, em Nova Iorque. Depois de vários dias de especulação acerca da sua identidade, sabe-se agora que o suspeito, detido ontem, segunda-feira, se chama Luigi Mangione.

Quem é o suspeito?

FOX News Channel via REUTERS

Nascido e criado em Maryland, Luigi Nicholas Mangione, de 26 anos, tem também ligações a São Francisco, na Califórnia, segundo o chefe dos detetives de Nova Iorque, Joseph Kenny, citado pela BBC, e sabe-se que a sua última morada foi em Honolulu, no Havai. Antigo aluno da Gilman School, uma escola privada só para rapazes, em Baltimore, de acordo com os funcionários da escola, chegou a ser nomeado como delegado de turma - função esta que por norma é entregue ao aluno com maior desempenho académico.

Confrontada com o episódio do tiroteio que resultou na morte do CEO da UnitedHealth, a escola classificou-o como "profundamente angustiante". Também um ex-colega se pronunciou sobre o caso. Freddie Leatherbury disse à agência noticiosa Associated Press que o suspeito vinha de uma família rica. "Honestamente, ele tinha tudo a seu favor", disse. 

Sabe-se, segundo os meios de comunicação locais, que a família do jovem tinha negócios, que incluíam um clube de campo e casas de repouso. Num comunicado, a família revelou-se agora chocada com todo este aparato. 

"Oferecemos as nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos às pessoas que orem por todos os envolvidos", lê-no comunicado assinado como "A Família Mangione", citado pela BBC, e que foi divulgado por Nino Mangione - que se acredita ser seu primo.

Luigi também se formou na Universidade da Pensilvânia, onde tirou um bacharelato e um mestrado em ciência da computação, segundo a instituição. Aqui, fundou um clube de criação de videojogos. Um dos colegas que frequentava a faculdade da Ivy League, na mesma época que o suspeito, descreveu-o como uma "pessoa super normal" e "inteligente", refere a BBC. 

O jovem, que não terá cadastro, pelo menos em Nova Iorque, segundo a polícia, chegou a trabalhar enquanto engenheiro de dados para a TrueCar, um stand de carros novos e usados, segundo mostram as suas redes sociais, mas este terá abandonado o cargo em 2023, disse um porta-voz da empresa à BBC. Antes disso, trabalhou como estagiário de programação na Firaxis, uma criadora de videojogos, mostra o seu perfil do Linkedin.

A detenção

Pennsylvania Department of Corrections/Handout via REUTERS

Luigi Nicholas Mangione, que foi preso depois de ter sido reconhecido por um funcionário num McDonald’s em Altoona, Pensilvânia, foi acusado, na segunda-feira, pelo Ministério Público, de homicídio, posse de arma de fogo não licenciada, falsificação e fornecimento de identificação falsa à polícia. 

Tinha na sua posse uma arma de fogo preta, um silenciador e um carregador com seis balas de 9 milímetros, "ambos condizentes com a arma utilizada no homicídio", segundo a polícia. Tinham também um documento de três páginas que descreve a "sua motivação e mentalidade" para o assassinato de Thompson, acrescentam as autoridades, sem revelar os motivos concretos.

As autoridades suspeitam que a arma se trata de uma "arma fantasma", que terá sido montada em casa possivelmente com a ajuda de uma impressora 3D. 

Luigi foi encontrado pelas autoridades, neste estabelecimento, sentado a olhar para um computador, enquanto usava uma máscara cirúrgica azul. Quando a polícia o questionou sobre se havia estado recentemente em Nova Iorque, "ficou quieto e começou a tremer", cita o canal Al-Jazeera.

O suspeito tinha também passaporte dos EUA e vários documentos de identidade falsos, no momento da sua detenção. Num deles, que foi usado para se conseguir hospedar em Nova Iorque antes do tiroteio, constava o nome de Mark Rosario.

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