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Médicos trocam batas por instrumentos e tocam peça de compositor português

09 de setembro de 2019 às 09:38

Receitas de concertos da World Doctors Orchestra vão reverter para Médicos do Mundo e associação de Moçambique.

O compositor português Eurico Carrapatoso vai estrear "Ars e Thesis", obra para clarinete e orquestra, com a World Doctors Orchestra, na segunda quinzena de setembro, em concertos solidários na Gulbenkian, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto.

A estreia mundial de "Arsis e Thesis" terá o alemão Stefan Willich, fundador da World Doctors Orchestra, como maestro, e o português Bruno Graça, como solista no clarinete.

As atuações, que incluem também obras de Mozart e Bruckner, estão marcadas para 20 de setembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e para o dia seguinte, na Casa da Música, no Porto.

De Mozart será tocada a abertura da ópera "Don Giovanni", seguindo-se a nova obra de Carrapatoso, antes de o programa encerrar com a Quarta sinfonia de Anton Bruckner, uma das mais conhecidas do compositor austríaco.

As receitas dos concertos vão reverter para a associação Health4Moz, que trabalha em Moçambique, "com o objetivo de reconstruir o Hospital Central da Beira", depois da passagem do ciclone Idai, e para os Médicos do Mundo, segundo as instituições envolvidas e como se pode ler no ‘site’ da World Doctors Orchestra.

A orquestra estreia-se em Portugal por iniciativa de um dos membros do agrupamento, Bernardo Duque Neves, que ingressou nesta formação em 2014, passando agora pela Gulbenkian e pela Casa da Música.

Criada em 2008, envolve cerca de uma centena de médicos de todo o mundo que, duas a três vezes por ano, trocam as suas batas brancas e os seus estetoscópios, pelas casacas negras e os seus instrumentos, para um concerto beneficente.

Stefan Willich, fundador e maestro da World Doctors Orchestra, é professor de Medicina do Charité University Medical Center, em Berlim, tendo dirigido também o Conservatório de Música Hanns Eisler, da capital alemã.

Eurico Carrapatoso nasceu em Mirandela, em 1962, fez o curso de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que terminou em 1985, antes de se dedicar à composição, tendo estudado com José Luís Borges Coelho, Cândido Lima, Constança Capdeville e Jorge Peixinho, até 1993.

Na carreira, já recebeu o Prémio Lopes-Graça (1998-1999), mas também três prémios de composição da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Trabalhou com orquestras em Portugal, no Brasil e outros países.

"Magnificat em Talha Dourada", "Pequeno Pemário de Sophia", sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, "Três Mulheres com Máscara de Ferro", com libreto de Agustina Bessa-Luís, "Cinco Melodias em Forma de Montemel" e "Te Deum em louvor da Paz" são algumas das composições de Eurico Carrapatoso.

Entre as estreias mais recentes do compositor conta-se igualmente "Linhagem", sobre Fernando Pessoa, Camilo Pessanha e Antonio Machado, obra estreada em junho, para os 500 anos da viagem de circum-navegação, e a edição discográfica de "Canções sem Palavras", música para violoncelo e piano, interpretada, respetivamente, por Samuel Santos e Eduardo Jordão.

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