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DGAV recolheu 1.193 coelhos mortos de exploração em Estarreja

07 de dezembro de 2017 às 21:09

Os cadáveres vão ser destruídos e os animais vivos serão abatidos para serem usados em subprodutos não destinados ao consumo humano.


A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) procedeu hoje à recolha de 1.193 coelhos que morreram à fome, depois de terem sido penhorados, numa exploração em Estarreja, informou fonte daquele organismo.

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Foto: Cofina Media
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A operação que decorreu durante toda a manhã envolveu técnicos da DGAV e de uma unidade de tratamento de subprodutos, além de militares da GNR.

De acordo com a DGAV, no total foram recolhidos 4.955 coelhos, sendo 1.193 cadáveres, que foram transportados para um matadouro.

Os cadáveres vão ser destruídos e os animais vivos serão abatidos para serem usados em subprodutos não destinados ao consumo humano.

"Aqueles animais não entram na cadeia alimentar. Quando muito irão para farinhas, mas é preciso que os veterinários, que estão a assistir a operação, determinem as condições sanitárias em que os coelhos estão", assegurou fonte oficial da DGAV.

ODiário de Aveironoticiou no passado sábado que cinco mil coelhos estavam a morrer à fome depois de terem sido penhorados juntamente com outros bens por causa de uma dívida de cerca de 7.600 euros a um fornecedor de ração que foi executada a 13 de Novembro.

Em declarações à Lusa, o proprietário da exploração, Flávio Moreira, disse que continuou a alimentar os coelhos até a ração terminar, o que aconteceu no dia 29 de Novembro, adiantando que grande parte dos animais morreu e os restantes estão doentes.

Após ter tomado conhecimento do caso, a DGAV tratou de providenciar alimentação para os coelhos, enviando 300 quilos de ração, na passada segunda-feira, e outros 300 quilos, na terça-feira.

A GNR já levantou entretanto um auto de notícia por maus tratos dos animais.

Flávio Moreira garante que não era o responsável pela alimentação dos animais, porque se recusou a ficar como fiel depositário dos bens penhorados.

No entanto, o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), que diz ter tido acesso aos despachos emitidos pelo Tribunal de Oliveira de Azeméis que ordenou a penhora, diz que os coelhos penhorados ficaram à guarda do proprietário.

"O proprietário não detinha quaisquer condições para conseguir alimentar os animais nem assegurar o seu bem-estar, tendo requerido à Juíza titular do processo executivo que os animais fossem recolhidos pelo Agente de Execução", diz o PAN, adiantando que este pedido foi negado por não se encontrarem preenchidos os pressupostos da remoção.

Face ao agravamento da situação, e uma vez que os coelhos estavam a morrer à fome, o agente de execução requereu a venda antecipada dos animais, o que foi aceite pelo tribunal no dia 21 de Novembro.

O PAN diz que a morte de grande parte dos coelhos ficou a dever-se à ausência de prestação de cuidados por parte do seu proprietário e à inacção da DGAV.

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