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(Onde o autor faz as suas escolhas da semana, no meio do alarido que percorre um país de cabeça perdida e rumo por encontrar, com os funcionários do FMI a vasculharem as contas e a tentarem perceber o desvario do nobre povo, nação valente, e da gente que o desgoverna).
- A semana para mim começa ao sábado porque me posso dar ao luxo de escolher e o "sabbath" parece-me um dia curioso. Pois então as coisas iniciaram-se com o estardalhaço do Congresso do PS, mesmo aqui ao lado, em Matosinhos, mas, pior de tudo, com as televisões em directos, indirectos, resumos e comentários, dando jus ao significado cabalístico do dia. Já se sabe como funcionam estas coisas de congressos, mas este parece que ultrapassou o tom de comício-festa, caminhando mais para a missa vudu. Em tempo de absoluta derrota pessoal do PM, que apostou a "cave" contra a entrada do FMI, não se percebe tanta celebração, ainda mais assim apoteótica. Só faltou o "Healer" como música de fundo, cânticos de teor metafísico e até talvez umas galinhas de cabeça cortada. Eu dou de barato que aquela gente faz parte duma tribo como os outros que tal, mas aqui até parece que havia mescalina a correr, tal o excesso que chegou até às pessoas de qualidade habitualmente serenas. Então quando interveio António Vitorino, mesmo tendo em conta que liderava a lista de Sócrates para a Comissão Nacional, fiquei totalmente siderado. O discurso, recheado de emotivos "Zés" para a frente e "Zés" para trás, foi em tom de encantação eclesiástica, ao ponto de eu esperar que o dito Zé rompesse pelo púlpito fora, pusesse a mão na cabeça do orador e o fizesse crescer 10 cm, entre hossanas dos fiéis . É que Vitorino não é um badameco qualquer e o papel de histeria mal controlada a que se prestou até se tornou embaraçoso para qualquer português que, como eu, aprecia os seus concidadãos notáveis pelas boas razões. Claro que há outra hipótese para justificar a euforia descabelada, a mesma que explica os funerais em que há laudas hiperbólicas para o falecido, afinal assim tratado exactamente porque o é. Esta teoria pelo menos é racional.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
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