O Presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou esta sexta-feira o vizinho Chile de violar os direitos humanos dos bolivianos que atravessam o seu território para terem acesso ao oceano Pacífico
O Presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou esta sexta-feira o vizinho Chile de violar os direitos humanos dos bolivianos que atravessam o seu território para terem acesso ao oceano Pacífico.
Dirigindo-se ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Morales falou da falta de acesso do seu país ao mar e dos alegados obstáculos que o Chile cria aos bolivianos que tentam alcançar o Pacífico através do seu território.
"Um problema muito sensível que motiva a minha presença neste conselho é o que vive o meu país, em relação às violações dos direitos humanos que sofrem bolivianas e bolivianos (...) que vivem do trabalho de transportar mercadoria e pessoas da Bolívia para os portos do Pacífico", disse, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
"Centenas de testemunhos de bolivianas e bolivianos afetados, maltratados e vítimas de recorrentes violações dos seus direitos humanos dão conta de práticas racistas e discriminatórias devido à nacionalidade. Todos os dias acontecem na fronteira com o Chile e em portos chilenos", afirmou.
Morales considerou que o Chile viola daquele modo a Convenção sobre Tráfego Comercial de 1912, a Declaração de Arica de 1953 e o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio da Organização Mundial de Comércio.
Ainda assim, o chefe de Estado boliviano disse confiar no diálogo, tendo por isso solicitado por carta às autoridades chilenas uma reunião para analisar as alegadas violações. Adiantou não ter obtido resposta.
A Bolívia reclama um acesso ao mar há decénios e há três anos apresentou uma queixa ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia para que o Chile seja obrigado a negociar e a conceder-lhe o acesso ao oceano Pacífico que perdeu em 1879. Em Setembro de 2015, o tribunal declarou-se competente para decidir sobre o mérito da queixa.
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