Na perspetiva do secretário-geral do PS, "o discurso xenófobo deve ser combatido, deve ser denunciado, não deve ser facilitado, não deve ser promovido, não deve ser estimulado".
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, manifestou hoje "muita preocupação" com a posição assumida pelo presidente da Assembleia da República (AR), José Aguiar-Branco (PSD), quanto ao que considera ser "um discurso xenófobo" do líder do Chega.
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
"Temos de combater o discurso de ódio, de discriminação, o discurso de xenofobia, que foi aquilo a que assistimos na casa da democracia: um discurso xenófobo", declarou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à chegada a uma ação de campanha eleitoral no Funchal, na ilha da Madeira, com os cabeça de lista do partido às eleições regionais de 26 de maio e europeias de 09 de junho, Paulo Cafôfo e Marta Temido, respetivamente.
Na sexta-feira, no parlamento, o líder do Chega, André Ventura, protagonizou um incidente ao questionar os 10 anos previstos para a construção do novo aeroporto, ao afirmar: "Podemos ser muito melhores que os turcos, que os chineses, que os albaneses, vamos ter um aeroporto em cinco anos".
"O aeroporto de Istambul foi construído e operacionalizado em cinco anos, os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo", tinha começado por dizer Ventura, sob protestos de várias bancadas, com Aguiar-Branco a pedir para o deixarem continuar a sua intervenção porque "o deputado tem liberdade de expressão para se exprimir".
Na perspetiva do secretário-geral do PS, "o discurso xenófobo deve ser combatido, deve ser denunciado, não deve ser facilitado, não deve ser promovido, não deve ser estimulado".
"O PSD convenceu-se de que deixando o Chega usar do discurso xenófobo, racista, consegue anular ou não dar atenção mediática ao Chega. Ao discurso racista, ao discurso xenófobo, nós temos de dar combate, combate diário", defendeu Pedro Nuno Santos.
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O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.