Sábado – Pense por si

PCP distancia-se de Costa e relembra declarações de Passos

Jerónimo de Sousa considera que "não é a emigração que resolve o problema dos professores", mas sim medidas concretas em Portugal. E disse que o PCP não se revê nas declarações do primeiro-ministro tal como não se reviu nas de Passos Coelhos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não concorda com as declarações do primeiro-ministro, António Costa, sobre as oportunidades para professores de Língua Portuguesa em França, defendendo que os problemas dos docentes se resolvem com "medidas concretas cá". Com esta declaração o líder comunista demonstrou publicamente um pensamento distante e divergente do do chefe de Governo.

 

"Não é a emigração que resolve o problema dos professores, são medidas concretas cá. Tendo em conta as necessidades da escola pública há possibilidade de colocar professores no seu país", defendeu Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP foi mais longe e recordou as declarações do antigo primeiro-ministro, Passos Coelho, sobre emigração, estabelecendo um paralelismo entre ambas. "Não acompanhamos essa declaração e esse convite subjacente nessa declaração do primeiro-ministro, tal como não acompanhámos há 4 anos [quando o secretário de Estado do Desporto convidou os portugueses a saírem da "zona de conforto" e Pedro Passos Coelho, à data primeiro-ministro, apontou a emigração como "saída" para os professores]", reforçou.

 

Nas comemorações do Dia de Portugal, que decorreram em França, António Costa destacou o compromisso do Presidente francês sobre o ensino do português, considerando que é uma oportunidade para muitos professores.

 

Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro referiu que em breve serão marcadas "as reuniões do grupo técnico que existe entre Portugal e França para o alargamento da presença do português" como língua de aprendizagem nas escolas francesas.

 

"Isto é obviamente muito importante para a difusão da nossa língua. É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui, mas é também um grande desafio para a nossa tecnologia e para a capacidade de fomentar o ensino à distância", considerou.