88 dos 89 deputados do grupo parlamentar do PSD votaram, mas Pedro Pinto recusou. O líder da distrital do PSD de Lisboa diz que não concorda com a eleição. Apoiou Santana e integra o grupo dos críticos de Rui Rio.
"Foi eleito o deputado Fernando Negrão para líder do grupo parlamentar com 39,7%", refere a acta da eleição lida pela assessora do grupo parlamentar do PSD.
De acordo com o regulamento interno do grupo parlamentar, "a Direcção é eleita pelo método maioritário, com o mandato de duas sessões legislativas".
Durante a tarde, os jornalistas tentaram esclarecer se este artigo significa que basta um voto a um candidato único para ser eleito ou se é necessário o voto favorável de metade de mais um dos deputados. No entanto, as interpretações dividem-se entre os próprios deputados sociais-democratas.
Este resultado significa que Fernando Negrão teve ainda menos votos do que a totalidade dos deputados que integravam as suas listas, compostas por 37 parlamentares, entre sete vice-presidentes, três secretários, 12 coordenadores e 14 vice-coordenadores.
Na quarta-feira, Negrão recusou colocar uma fasquia para assumir o cargo, dizendo que depois dos resultados faria a sua leitura e "tiraria as consequências".
Apenas o deputado Pedro Pinto não votou, tal como já tinha admitido na reunião do grupo em que foram anunciadas eleições antecipadas.
Fernando Negrão foi o único candidato à sucessão de Hugo Soares, que convocou eleições antecipadas para a liderança parlamentar depois de o novo presidente do PSD, Rui Rio, lhe ter transmitido a vontade de trabalhar com outra direcção de bancada.
Negrão apresentou uma lista de apenas sete vice-presidentes, contra os 12 anteriores, cinco dos quais foram apoiantes de Rui Rio.
Hugo Soares tinha sido eleito líder parlamentar em 19 de Julho do ano passado com 85,4% de votos, correspondentes a 76 votos favoráveis, 12 votos brancos e um nulo.