O norte-americano Arthur Mitchell, um dos primeiros bailarinos afroamericanos, morreu aos 84 anos. Fundou o Teatro de Dança de Harlem.
O norte-americano Arthur Mitchell, um dos primeiros bailarinos afroamericanos, que se intitulava "o avô da diversidade", faleceu na quarta-feira, em Nova Iorque, aos 84 anos, foi hoje anunciado.
Um comunicado do Teatro de Dança de Harlem, fundado pelo bailarino, publicado nas redes sociais lamentava: "Com profunda tristeza, partilhamos a notícia de que o nosso director artístico e fundador, o grande Arthur Mitchell, faleceu. O seu legado e paixão, poder e perfeição sobreviverão através de todas e cada uma das pessoas que tocou na sua vida".
Mitchell nasceu no bairro de Harlem, em Nova Iorque, a 27 de Março de 1934, como o segundo de seis filhos.
Na escola primária, um conselheiro escolar animou-o a fazer audições para a Escola Superior de Artes Cénicas, e conseguiu depois uma bolsa para a Escola de Ballet Americano, a escola oficial do Ballet de Nova Iorque.
Durante os seus estudos, o bailarino chamou a atenção do mestre coreógrafo russo George Balanchine, considerado o fundador da dança clássica norte-americana, que o convidou a entrar no City Ballet, em 1955.
Numa decisão audaz para a época, Balanchine escolheu Mitchell para protagonizar uma coreografia com uma bailarina branca, Diana Adams, no revolucionário bailado modernista "Agon" (1967), sobre música de Igor Stravinsky.
"Podem imaginar a audácia de convidar um afroamericano a dançar com Diana Adams, que era vista como a essência e a pureza da dança do Cáucaso", disse Mitchell numa entrevista ao jornalThe New York Times, em Janeiro deste ano.
"Toda a gente estava contra ele. Ele sabia contra o que estava a lutar e disse-me: 'Tu sabes que isto tem de ser perfeito'", relatou.
Balanchine criou ainda para ele papéis nos bailados "Sonho de uma Noite de Verão" (1962), a partir da obra de Mendelssohn (e Shakespeare), e "Metastaseis & Pithoprakta "(1968), com música de Xenakis.
Também lhe foram entregues primeiros papéis nas criações "Ebony Concerto" (1960), de John Taras, e "The Uniconrn, the Gorgon and the Manticore" (1963), de John Butler.
Arthur Mitchell decidiu criar o Teatro de Dança de Harlem, após o assassinato do líder negro, ativista dos direitos civis, Martin Luther King Jr., em 1968.
O Teatro de Dança de Harlem, que se mantém ativo, afirmou-se entre as principais companhias de Nova Iorque, à semelhança das de Martha Graham, Trisha Brown e Merce Cunningham.
Antes, em 1966, Arthur Mitchell também criou uma companhia que durou pouco tempo - a American Negro Dance Company -- e, depois, com o apoio do governo norte-americano, viajou para o Brasil para fundar o Ballet Nacional, com claros propósitos de integração racial que se reflectiram depois na composição das companhias de dança de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Deixou igualmente criações no repertório da Companhia Brasileira de Ballet.
Morreu Arthur Mitchell, primeira estrela negra do bailado
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Chamar a este projeto de “corredor da paz” enquanto se inscreve o nome de Trump é uma jogada de comunicação que consolida a sua imagem como mediador global da paz.
Cuidarmos de nós não é um luxo ou um capricho. Nem é um assunto que serve apenas para uma próxima publicação numa rede social. É um compromisso com a própria saúde, com a qualidade das nossas relações e com o nosso papel na comunidade.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?