Sábado – Pense por si

Itália acusa migrantes resgatados de sequestro de petroleiro

27 de março de 2019 às 22:44
As mais lidas

Matteo Salvini acusou um grupo de migrantes de ter sequestrado um navio quando se aperceberam de que iam regressar à Líbia. O navio estava a meio caminho.

Segundo o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, o navio foi tomado pelos migrantes e refugiados quando estes perceberam que iam regressar à Líbia.

A imprensa italiana e internacional está a relatar que o petroleiro "Elhiblu I", com pavilhão da República de Palau, resgatou "um grupo de migrantes" na noite de terça-feira em águas internacionais, onde a guarda costeira líbia é responsável pelas operações de socorro, e prosseguiu a sua rota em direção ao porto de Tripoli (capital da Líbia).

A cerca de seis milhas náuticas do porto de Tripoli, o navio mudou subitamente de rota e rumou para norte em direção à Europa, relatou Matteo Salvini.

De acordo com o também vice-primeiro-ministro e líder da extrema-direita italiana, o petroleiro estava hoje à tarde a meio do caminho entre Tripoli e Malta.

"Estes não são migrantes em perigo, são piratas, só irão ver Itália através de um telescópio", declarou Matteo Salvini, assegurando que o petroleiro não será autorizado a entrar em águas italianas caso opte por dirigir-se para Lampedusa ou para a Sicília.

"É a demonstração mais óbvia de que não estamos a falar de operações de socorro de pobres náufragos que fogem da guerra, mas de tráfico criminoso de seres humanos que é gerido de forma criminosa", acrescentou.

A atual coligação governamental italiana, composta pela Liga (partido de extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), tem adotado uma linha dura em matérias relacionadas com as migrações e dificultado o trabalho dos navios humanitários envolvidos no resgate de migrantes no Mediterrâneo, nomeadamente o bloqueio dos portos italianos a estas embarcações.

Segundo as Nações Unidas e organizações não-governamentais, os migrantes na Líbia, país imerso num caos político e securitário há vários anos, enfrentam situações de tráfico humano, sequestro, tortura e violações.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.