Sábado – Pense por si

Fernando Madureira e Sandra Madureira remeteram-se ao silêncio

Lusa 28 de outubro de 2024 às 12:49
As mais lidas

No exterior do tribunal foram colocadas duas faixas de apoio a Fernando Madureira: "Liberdade ao Macaco" e uma outra que dizia "Só os mais fortes sobrevivem, nós somos eternos".

Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões, ficou hoje em silêncio no arranque da fase de instrução da Operação Pretoriano, que tem entre os nove arguidos Sandra Madureira, que também recusou falar.

José Gageiro/Movephoto

O início desta fase facultativa, que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, requerida por alguns arguidos, começou hoje no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, depois de dois adiamentos devido a greve dos oficiais de justiça.

A fase instrutória, que decorre à porta fechada, arrancou com os interrogatórios de Fernando Madureira, que está em prisão preventiva há nove meses, e de Sandra Madureira, sua mulher e antiga vice-presidente dos Super Dragões, um dos grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto.

No entanto, Fernando Madureira e Sandra Madureira optaram por ficar em silêncio.

Fernando Madureira chegou ao tribunal cerca das 09:20, sob fortes medidas de segurança, e foi saudado por familiares, enquanto Sandra Madureira entrou pela porta principal, mas sem prestar declarações.

No exterior do tribunal foram colocadas duas faixas de apoio a Fernando Madureira: "Liberdade ao Macaco" e uma outra que dizia "Só os mais fortes sobrevivem, nós somos eternos".

Seguem-se as audiências com alguns dos outros arguidos, entre os quais Carlos Nunes, mais conhecido por 'Jamaica', José Pedro Pereira e Fernando Saul, ex-funcionário do clube 'azul e branco'.

Em causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões "criarem um clima de intimidação e medo" numa Assembleia Geral (AG) do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada uma revisão estatutária "do interesse da direção" do clube, então liderado por Pinto da Costa.

Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes oito foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, apelidado de 'Polaco' e igualmente com ligações à claque.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.

O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional 'azul e branco' constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.

Artigos Relacionados
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.