Num dos mais fascinantes filmes de cowboys que vi, "Butch Cassidy & Sundance Kid", os dois foragidos, cercados por uma patrulha que os quer abater friamente, reparam que só têm uma fuga
Num dos mais fascinantes filmes de cowboys que vi, "Butch Cassidy & Sundance Kid", os dois foragidos, cercados por uma patrulha que os quer abater friamente, reparam que só têm uma fuga: uma queda de água que se precipita até muitos metros abaixo. Sundance diz: "não vou saltar!" Butch riposta: "repara, é a única solução". Sundance: "não vou saltar de maneira nenhuma". Butch: "porquê?" Sundance: "não sei nadar". Butch: "Imbecil! Vais morrer no salto, antes de tocares na água!" Portugal vive o mesmo dilema: perecerá afogado ou devido ao longo salto que terá de dar? Seja como for, Portugal vive nas vésperas de uma mudança de paradigma. As privatizações que aí vêm (a das águas é francamente absurda, porque elas vão ser o petróleo do futuro e será um sector estratégico nacional) vão delimitar uma nova ordem económica em Portugal. A alienação de algumas das maiores empresas nacionais vai ser um doce para o capital estrangeiro, porque parece evidente que aqui não há músculo financeiro para acompanhar o leilão. Daqui a dois anos parte das grandes empresas de capital português apenas o serão nominalmente. Só se espera que não se cometam erros típicos da roleta russa, como dar a TAP à Ibéria ou à BA para que não tenhamos de ir a Madrid apanhar o avião para o Rio de Janeiro, para Luanda ou para Cabo Verde. A dívida e o défice cercaram Portugal e obrigaram-nos a saltar para a água, mesmo sem sabermos se conseguimos nadar. As privatizações vão terminar com os célebres centros de decisão nacional, que tantos militantes criaram. Mas, sobretudo, vão mudar o xadrez da economia nacional.
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