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BE: fim das quotas dos refugiados "é um péssimo passo"

22 de setembro de 2015 às 12:45
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Catarina Martins discorda da solução apontada pela Comissão Europeia. Ministros dos Assuntos Internos discutem programa de recolocação

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou esta terça-feira, 22 de Setembro, que deixar cair as quotas para os países europeus receberem refugiados é "um péssimo passo" e apelou aos governos a veemente condenação dos que perseguem quem foge da guerra.

"É preciso solidariedade europeia para receber os refugiados", sublinhou Catarina Martins, para quem "deixar cair as quotas [para definir o número de refugiados que cada país deve receber] é um péssimo passo".

Nas Caldas da Rainha, onde participou numa acção de campanha na praça da fruta, a porta-voz do BE alertou para a gravidade da situação que vivem 300 mil refugiados, dos quais "100 mil crianças, que têm de ser acolhidas".

"Os países andarem a empurrar uns para os outros é um desrespeito completo pelos mais básicos direitos humanos, pela legislação internacional e pela Convenção de Genebra", afirmou a bloquista, que espera ouvir os governos da União Europeia "condenarem veementemente o que se está a passar na Hungria e pugnarem por um sistema de distribuição rápida dos refugiados, com corredores humanitários que protejam as pessoas".

Uma posição que Catarina Martins espera que saia da reunião de ministros dos Assuntos Internos da União Europeia, que decorre esta terça-feira em Bruxelas, em busca de um acordo sobre o programa de recolocação de refugiados sírios nos Estados-membros.

Que haja "um país como a Hungria, que deu autorização ao seu exército para disparar sobre refugiados e os outros governos da Europa não digam nada lembra os piores tempos da União Europeia", cuja "capacidade de solidariedade" considera estar minada pela "clivagem entre os Estados".

Aludindo à necessidade urgente de "criar corredores humanitários e distribuir os refugiados sírios pelos países que os podem acolher, Catarina Martins criticou o Governo português por estar ainda "a receber os 15 refugiados da quota de 2013" e não ter sequer começado a receber os 45 da quota de 2014.

O Governo "andou a regatear entre 2.400 refugiados e 1.500 refugiados e agora diz que vai receber mais, mas ainda nem sequer preparou centros" para os acolher, disse a porta-voz do BE.

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