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Os médicos de Luís XIV de França só tinham de dois remédios para aplicar às doenças da época: a purga e a sangria.
Os médicos de Luís XIV de França só tinham de dois remédios para aplicar às doenças da época: a purga e a sangria. Em termos económicos, a purga é a desvalorização que permite, depois, uma melhor circulação dos fluxos. A sangria correspondia ao bloqueio da liquidez e à diminuição do crédito do doente. O Governo português está a adaptar uma das técnicas dos médicos de Luís XIV: é pela sangria que quer salvar o doente. Nunca se sabe, porque a sangria pode levar a que o paciente nunca mais recupere as forças. Mas poucos duvidam que sem um aperto forte Portugal alguma vez se livrasse do pântano onde vai tentando nadar à custa do crédito. Até hoje a sangria tem sido feita à base de impostos. Mas a factura mais dolorosa virá a seguir: o emagrecimento brutal do Estado social. A generalidade dos portugueses, e especialmente a classe média, vai ser sangrada de duas maneiras: pagará mais impostos para ter menos serviços. E este sistema, que será um esgar maldoso do dos países do norte da Europa (onde pagar mais impostos é o contraponto de mais benefícios sociais), vai ser regra durante muito tempo. A história dirá se o prometido emagrecimento do Estado será feito através dos benefícios e da sua burocracia nascida pela sua partidarização, ou se esta sobreviverá à sangria. Ninguém tem dúvidas que o Estado social como o conhecemos foi um milagre da sociedade de consumo. Esse mundo terminou. Mas isso não implica que a estabilização da sociedade portuguesa seja apenas feita à custa de impostos e do fim de benefícios. A grande reforma do Estado passa pela sua despartidarização. Será que a sangria chegará aí?
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.