Sábado – Pense por si

A grande debandada

29 de março de 2011 às 12:32

Há muitos anos um dos célebres irmãos Marx, Chico, dizia: "Em quem é que vão acreditar, em mim ou nos vossos olhos"?

Os portugueses esfregam os olhos e já têm dificuldades em acreditar em qualquer das diferentes versões da história da Carochinha que lhe contam. Caminhamos para um teatro político onde as palavras estão vazias de sentido. O PS transformou-se num partido com paredes de betão para escutar melhor as palavras de ordem de José Sócrates. No PSD, Pedro Passos Coelho saltita de opinião em opinião como se a política fosse um quadro impressionista. A política portuguesa tornou-se inexplicável. Ou melhor, começa a ser demasiado explicável. PS e PSD estão mais interessados no que resta do bolo do Estado do que na real resolução da era da pobreza que se vislumbra. Começa a não haver um 112 disponível para a irresponsabilidade clínica reinante. Os portugueses já não conseguem acreditar em ninguém e começam a duvidar dos seus próprios olhos. O PSD começa a precisar de ter ideias concretas. Passos Coelho não pode um dia ser contra o aumento do IVA e no outro já querer aumentá-lo e não pode querer privatizar a CGD nos dias pares e só um niquinho dela nos ímpares, através de um absurdo aumento de capital. Sem que qualquer desses disparates faça parte de uma estratégia económica explícita. Sócrates diz-se e desdiz-se com a mesma convicção. Passos Coelho parece um salta-pocinhas, sem saber o que tem a propor. Com um debate político assim só resta aos portugueses a debandada desordenada: salve-se quem puder e que venha alguém pôr ordem no sítio.

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