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Ucrânia: Sanções dos EUA contra Vladimir Putin "ultrapassa os limites"

13 de janeiro de 2022 às 11:27

"As sanções contra um chefe de Estado são uma medida que ultrapassaria os limites, seria equivalente a uma rutura das relações", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

A adoção de sanções pelos Estados Unidos contra o Presidente russo, Vladimir Putin, em caso de agressão russa à Ucrânia "ultrapassaria os limites", alertou esta quinta-feira o Kremlin, após a apresentação de um projeto nesse sentido.

"As sanções contra um chefe de Estado são uma medida que ultrapassaria os limites, seria equivalente a uma rutura das relações", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

O porta-voz russo disse que a proposta dos senadores democratas norte-americanos "não facilita o estabelecimento de uma atmosfera construtiva para as conversações" entre a Rússia e o Ocidente que estão em curso esta semana sobre a tensão com a Ucrânia.

Os senadores democratas norte-americanos divulgaram na quarta-feira um novo plano de sanções para punir Vladimir Putin e fornecer assistência financeira a Kiev no caso de uma invasão da Ucrânia pela Rússia ou de um aumento das hostilidades.

O projeto intitulado "Defender a soberania da Ucrânia" prevê sanções contra o Presidente russo, o primeiro-ministro, Mikhail Michoustine, altos funcionários militares e várias entidades do setor bancário russo.

A proposta já conta com o apoio de 25 senadores democratas, incluindo o líder da bancada, Chuck Schumer, bem como da Casa Branca.

O anúncio desse plano de sanções "extremamente negativo", segundo o Kremlin, ocorreu na véspera de uma reunião do Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, mais uma de uma série de reuniões esta semana sobre o risco de conflito na Ucrânia.

Na segunda-feira, reuniram-se em Genebra a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman e o vice-ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Riabkov. Na quarta-feira, a NATO e Moscovo mantiveram conversações em Bruxelas e após o final da reunião as partes constataram as suas profundas "diferenças" sobre a segurança na Europa.

"Nós gostaríamos, no entanto, que o bom senso prevalecesse", acrescentou Peskov, enfatizando que a Rússia "nunca deixou de ter" e "não deixará de ter vontade política para continuar o diálogo".

Acusada pelos norte-americanos e europeus de planear um ataque à vizinha Ucrânia, aliado do Ocidente, a Rússia respondeu que o envio de dezenas de milhares de tropas russas para a fronteira foi uma reação à presença crescente e hostil da NATO, numa zona que Moscovo considera ser a da sua área de influência.

A Rússia garantiu que não "pretende" atacar a Ucrânia, mas está a exigir a assinatura de um tratado que proíba qualquer expansão futura da NATO na zona, um pedido considerado inaceitável pelo Ocidente.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) discutem hoje a tensão na fronteira leste, numa reunião informal em França onde também refletirão, com os ministros da Defesa, sobre o reforço da autonomia estratégica do bloco neste domínio.

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