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Sudão: Combates no centro do país fazem mais de dois mil deslocados em três dias

Lusa 10 de novembro de 2025 às 17:35

O conflito, que dura há mais de dois anos, causou a morte de pelo menos 40 mil e forçou 12 milhões de pessoas a abandonar as suas casas.

Cerca de duas mil pessoas foram deslocadas nos últimos três dias devido aos combates no centro do Sudão, na região de Bara, Cordofão do Norte, avançou este domingo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Vista aérea da cidade no Sudão, após os combates ©2025 Vantor via AP
O conflito, que dura há mais de dois anos, causou a morte de pelo menos 40 mil e forçou 12 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A região de Cordofão e a região ocidental de Darfur tornaram-se o epicentro da guerra entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês). A tomada da cidade de Al-Fashir pelas RSF deixou centenas de mortos e obrigou dezenas de milhares de pessoas a fugir para campos sobrelotados, para escapar às atrocidades cometidas pelas forças paramilitares, relatadas por grupos de ajuda humanitária e responsáveis das Nações Unidas. A OIM afirmou que quase 92 mil pessoas abandonaram Al-Fashir e aldeias vizinhas. A guerra entre as RSF e o exército começou em 2023, quando eclodiram tensões entre os dois antigos aliados, que deveriam supervisionar uma transição democrática após o golpe de Estado de 2019. A OIM também estimou que desde 26 de outubro, cerca de 39 mil pessoas fugiram de várias aldeias e cidades em Cordofão do Norte, com a maioria a dirigir-se para norte em direção à capital sudanesa, Cartum, e para Omdurman e Sheikan. As RSF afirmaram também hoje que entraram na cidade de Babanusa, na região de Cordofão do Oeste, e estavam a dirigir-se para o quartel-general do exército. Um voluntário do grupo local Salas de Resposta de Emergência disse à Associated Press que outros voluntários na região relataram uma diminuição no número de famílias em busca de comida e que muitas já tinham deixado a zona, apesar de não ter números concretos. Em Darfur, a Rede de Médicos do Sudão informou no domingo que as RSF recolheram centenas de corpos das ruas de Al-Fashir e enterraram alguns em valas comuns, enquanto queimavam outros, numa "tentativa desesperada de ocultar provas dos seus crimes contra civis". Imagens de satélite analisadas pela empresa Vantor mostraram um incêndio no Hospital Saudita de Al-Fashir na quinta-feira, perto de um conjunto de objetos brancos que tinham sido vistos dias antes em outras fotografias da Vantor. O Laboratório de Investigação Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale descreveu as imagens como mostrando "a queima de objetos que podem ser consistentes com corpos".
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