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Relatório sobre invasão do Iraque arrasa Tony Blair

06 de julho de 2016 às 14:27

O antigo-primeiro ministro do Reino Unido é acusado de ter dito a Bush que aceitaria entrar na guerra do Iraque "houvesse o que houvesse". Blair defende-se e diz que agiu de boa-fé

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair garante que agiu de "boa-fé" e em defesa do que considerava ser "o melhor interesse do país" quando decidiu entrar na Guerra do Iraque em 2003. Esta quarta-feira, o presidente da comissão criada em 2009 para investigar o envolvimento britânico naquele conflito armado, John Chilcot, defendeu que o Reino Único "não esgotou as opções pacíficas para um desarmamento." Além disso, segundo a comissão, Blair foi precipitado na forma como alinhou com os EUA e agiu tendo como base informações que nunca foram realmente provadas.

"O relatório devia pôr termo às alegações de má-fé, mentiras ou enganos. Quer se concorde ou discorde da minha decisão de uma acção militar contra Saddam Hussein, tomei-a de boa-fé e no que acredito ser o melhor interesse do país", afirmou Blair em comunicado.


Blair admite que o documento contém "críticas sérias que exigem respostas sérias" e promete dar essas respostas ainda na tarde desta sexta-feira " e "assumir plena responsabilidade por quaisquer erros". "Ao mesmo tempo direi por que razão, apesar de tudo, acredito que foi melhor afastar Saddam Hussein e por que razão não acredito que essa seja a causa do terrorismo que vemos hoje", afirmou.

 

O relatório da comissão Chilcot critica duramente as decisões tomadas pelo ex-primeiro-ministro trabalhista em relação à guerra do Iraque, na qual morreram 179 soldados britânicos e dezenas de milhares de iraquianos.

 

A alegada posse pelo regime iraquiano de armas de destruição maciça, nunca comprovada, foi a principal justificação para a participação do Reino Unido na invasão do Iraque, em Março de 2003, quando Tony Blair liderava o governo britânico.

 

"A acção militar não era, na altura, o último recurso", disse John Chilcot, que revelou ainda que, em 2002, o primeiro-ministro britânico prometeu ao presidente norte-americano George W. Bush participar na invasão do Iraque "'houvesse o que houvesse'".

 

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