Secções
Entrar

PSD-Lisboa não declara apoio a Rui Rio

20 de setembro de 2018 às 23:58

O PSD vai apresentar um documento de apoio ao presidente Rui Rio, para o qual foi pedida a assinatura dos líderes das distritais, mas que não conta com assinatura do PSD-Lisboa.

O PSD apresentará na sexta-feira em Santarém um documento de apoio ao presidente Rui Rio, para o qual foi pedida a assinatura dos líderes das distritais, mas que não contará com a estrutura de Lisboa.

Fontes contactadas pela Lusa confirmaram que, apesar de vários presidentes de distritais sociais-democratas terem expressado dúvidas quanto à forma e conteúdo do texto, ele será assinado por todos, à excepção do PSD-Lisboa. Fontes desta estrutura justificaram que, até ao final da tarde de quinta-feira, não tinham recebido formalmente qualquer documento.

O texto, que foi noticiado esta quinta-feira à tarde pelo Observador e a que a Lusa teve acesso, foi enviado na quarta-feira pelo vice-presidente do PSD Salvador Malheiro aos presidentes das distritais como proposta de comunicado, e começa por apelar à serenidade e sentido de responsabilidade dos militantes, defendendo que todos têm de contribuir para que a "unicidade da mensagem" não seja deteriorada perante a opinião pública.

Recordando que o PSD elegeu os seus novos órgãos há pouco mais de seis meses, na proposta de comunicado defende-se a estabilidade e o "respeito que todos devem guardar aos militantes" que elegeram Rui Rio como presidente em Janeiro deste ano. No texto, diz-se não ser aceitável nem compreensível "o ambiente de permanente instabilidade" para com a direcção nacional e o seu presidente e o que se classifica de "constantes tentativas de deturpação das suas mensagens políticas" por parte de militantes do partido, considerando que tal prejudica os objectivos eleitorais do PSD e beneficia os seus adversários políticos. "Quem age desta forma não quer que o PSD vença as eleições legislativas, na medida em que tudo está a fazer para prejudicar esse objectivo", refere-se.

No texto, diz-se defender a diversidade de opiniões e a liberdade de expressão, mas condenam-se climas de "guerrilha permanente" e "agendas pessoais" que ponham em causa o interesse do PSD. No último dos pontos da proposta de comunicado a que a Lusa teve acesso, defende-se que Rui Rio "deve continuar a pautar a sua actuação por mensagens claras e corajosas, por uma intervenção política séria e credível, que privilegie sempre Portugal", para o qual contará com a "solidariedade e empenhamento" das distritais.

Viseu irá assinar o documento em nome da "solidariedade para com a direcção nacional e as restantes distritais", tal como Setúbal, apesar de o presidente desta distrital, Bruno Vitorino, ter afirmado à Lusa que o texto "não era necessário" — até porque nenhuma estrutura contestou o líder — e que seria preferível o partido falar "sobre os problemas concretos das pessoas".

Fontes da distrital de Santarém — presidida desde maio por João Moura – confirmaram à Lusa que foi pedido pela direcção que tivesse lugar neste distrito a apresentação de um documento de apoio ao líder, com a qual concordaram. A Lusa contactou o vice-presidente do PSD Salvador Malheiro para se pronunciar sobre esta matéria, até agora sem sucesso.

Este pedido de apoio das distritais à estratégia da direcção surge depois de um Conselho Nacional com várias intervenções críticas, entre as quais as do antigo líder parlamentar Hugo Soares, e numa altura em que o ex-candidato do partido à Câmara de Loures, André Ventura, disse estar preparado para recolher "em menos de uma semana" as 2.500 assinaturas necessárias à convocação de um congresso extraordinário.

O próximo Congresso ordinário deverá realizar-se em Fevereiro de 2020 e para se reunir extraordinariamente terá de ser convocado a pedido de 2.500 militantes.

Uma vez que o presidente do PSD é eleito directamente pelos seus militantes, um Congresso extraordinário não tem poderes eletivos, mas poderá ser palco de apresentação de moções de censura ou confiança à Comissão Política Nacional. "A aprovação de uma moção de censura exige o voto favorável da maioria absoluta dos membros presentes da assembleia competente, desde que o número destes seja superior à maioria absoluta dos membros em funções, e implica a demissão da Comissão Política", referem as normas do PSD.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela