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Prolongada prisão preventiva para fundador do Telegram

Lusa 26 de agosto de 2024 às 07:21

A detenção ocorreu na sequência da emissão de um mandado de captura por investigadores franceses, devido a vários crimes relacionados com o seu serviço de mensagens encriptadas.

A prisão preventiva do fundador da plataforma digital Telegram, o cidadão franco-russo Pavel Durov, foi prolongada no domingo à noite, um dia depois de ter sido detido num aeroporto de Paris.

A detenção ocorreu na sequência da emissão contra ele de um mandado de captura por investigadores franceses, devido a vários crimes relacionados com o seu serviço de mensagens encriptadas.

Acompanhado do seu guarda-costas e da sua assistente, que o seguem para todo o lado, o multimilionário franco-russo de 39 anos foi detido no sábado à noite no aeroporto de Le Bourget, a norte de Paris, indicou uma fonte próxima do caso citada pela agência de notícias francesa AFP.

O fundador do Telegram chegava de Baku e iria pelo menos passar a noite em Paris, onde tinha planeado jantar, acrescentou uma fonte próxima da investigação.

Segundo outra fonte próxima do caso, o juiz de instrução de Paris responsável por esta investigação judicial, centrada em particular em atos cometidos por um grupo organizado, prolongou no domingo à noite a sua prisão preventiva, que poderá durar no máximo 96 horas.

Findo esse prazo, Pavel Durov poderá ser posto em liberdade ou apresentado àquele magistrado para uma eventual acusação formal.

A unidade responsável pelo combate à violência contra menores (OFMIN) tinha emitido um mandado de captura para Pavel Durov por crimes que vão desde fraude a tráfico de droga, passando por assédio cibernético, crime organizado e apologia do terrorismo, precisou uma das fontes próximas do processo.

Em seguida, numa data não-especificada, foi aberta uma investigação judicial pela unidade cibernética (J3) do Junalco (Tribunal Nacional de Combate ao Crime Organizado), de acordo com outra fonte próxima do processo.

As investigações foram confiadas à Unidade Nacional Cibernética (UNC) da guarda nacional e ao Onaf, o Departamento Nacional Antifraude ligado aos serviços aduaneiros, onde Durov se encontra detido em prisão preventiva, segundo duas fontes próximas do caso.

A justiça acusa Pavel Durov de não ter tomado medidas contra a utilização criminosa da sua plataforma digital de mensagens instantâneas pelos assinantes, nomeadamente por falta de moderação e de cooperação com os investigadores.

"Basta de impunidade no Telegram", congratulou-se um dos investigadores, surpreendido com o facto de o multimilionário, sabendo que era procurado em França, ter decidido viajar para Paris, o que talvez tenha feito "devido a uma sensação de impunidade", comentou uma das fontes próximas do caso.

Pavel Durov "não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa", assegurou no domingo à noite a plataforma digital Telegram no seu próprio canal.

"É absurdo dizer que uma plataforma ou o seu proprietário são responsáveis pelos abusos" encontrados na referida plataforma, acrescentou a empresa.

"O Telegram cumpre as leis europeias, incluindo o Regulamento de Serviços Digitais [e] a sua ação de moderação está dentro dos padrões do setor", disse ainda.

O serviço de mensagens digitais lançado em 2013 por Pavel Durov e pelo seu irmão Nikolai, no qual as comunicações podem ser totalmente encriptadas e cuja sede é no Dubai, afirmou-se por contraste com as plataformas norte-americanas, criticadas pela sua exploração mercantil de dados pessoais.

O Telegram comprometeu-se especificamente a nunca revelar qualquer informação sobre os seus utilizadores.

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