Secções
Entrar

México pede à Google que corrija renomeação do Golfo do México

Lusa 31 de janeiro de 2025 às 11:49

Google diz ter renomeado o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos com o argumento de que é o nome oficial atual dessa área nesse país.

O governo mexicano pediu quinta-feira ao presidente executivo da Google, Sundar Pichai, que corrija nos seus mapas a zona que "erradamente" passou a designar por "Golfo da América" em vez de Golfo do México.  

AP Photo/Fernando Llano

A carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros do México, que Claudia Sheinbaum leu na sua conferência matinal, refere que "o nome Golfo do México não obedece a uma imposição de uma única fonte governamental, como erradamente sugere o Google".

"Pelo contrário, é um nome aceite e historicamente registado, que, além de constituir um costume internacional, está legalmente registado nos índices da Organização Hidrográfica Internacional (OHI), da qual fazem parte tanto o México como os Estados Unidos", disse.

O governo mexicano enviou esta carta para apresentar as suas reivindicações após a decisão do Google, que explicou na terça-feira na rede social X que renomeou o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos com o argumento de que é o nome oficial atual dessa área nesse país.

Mas o principal argumento de Sheinbaum é que a ordem assinada por Trump no seu primeiro dia de mandato, a 20 de janeiro, se aplica à plataforma continental do Golfo nos Estados Unidos, mas não à massa de água internacional.

A Presidente indicou que o direito internacional estabelece 12 milhas náuticas de soberania do Estado a partir da linha da costa, de modo que "se um país quiser mudar o nome de algo no mar seria apenas para as 12 milhas náuticas, não pode ser para o resto, neste caso, do Golfo do México".

"É fundamental que se saiba que, tendo em conta que o Golfo do México abrange áreas marinhas de três países, México, Cuba e Estados Unidos, o caso do decreto só poderia corresponder às 12 milhas náuticas a partir das costas dos Estados Unidos", observou.

Sheinbaum lembrou que nos mapas do século XVII, que já faziam referência ao Golfo do México, o atual território dos Estados Unidos e do Canadá também era chamado de "América Mexicana", razão pela qual ela também brincou com a possibilidade de pedir ao Google essa mudança.

"No final, pedimos ao Google que mostrasse o mapa que apresentámos em tempos no motor de busca quando se escreve América Mexicana", disse.

Na rede social X, a Google anunciou terça-feira ter renomeado o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos, argumentando que é o atual nome oficial da zona de acordo com Washington.

Uma das primeiras decisões de Donald Trump após ter tomado posse do cargo de Presidente, a 20 de janeiro, foi mudar o nome do Golfo do México para 'Golfo da América' e eliminar o nome indígena que o seu antecessor Barack Obama deu à montanha mais alta do país, a Denalim, no Alaska.

Trump justificou a decisão com a vontade de restaurar o nome antigo da montanha, que homenageava o Presidente William McKinley (1897-1901), admirado pelo atual chefe de Estado pelo seu uso das tarifas como ferramenta política e pelo seu historial colonialista.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela