Secções
Entrar

Marcelo preside hoje a reunião do Conselho de Estado dedicada à Defesa

19 de março de 2021 às 07:16

O Governo pretende reforçar a autoridade do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), colocando os chefes dos ramos militares sob sua dependência hierárquica e atribuindo-lhe a coordenação dos Estados-Maiores.

Marcelo Rebelo de Sousa preside esta sexta-feira à primeira reunião do Conselho de Estado do segundo mandato como Presidente da República, dedicada à Defesa, com a participação do ministro João Gomes Cravinho.

A reunião do Conselho de Estado, com o ministro da Defesa Nacional como convidado, decorrerá a partir das 15:00, por videoconferência, estando o Presidente da República no Palácio de Belém, em Lisboa.

O Conselho de Estado e o Conselho Superior de Defesa Nacional foram convocados na semana passada para ouvir estes dois órgãos de consulta "sobre as propostas de alterações, anunciadas pelo Governo, à Lei de Defesa Nacional e à Lei Orgânica das Forças Armadas" - que ainda não foram aprovadas em Conselho de Ministros.

O Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se na segunda-feira e deu "parecer de princípio favorável" aos projetos de propostas de revisão da Lei de Defesa Nacional e da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.

Entre outras alterações, o Governo pretende reforçar a autoridade do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), colocando os chefes dos ramos militares sob sua dependência hierárquica e atribuindo-lhe a coordenação dos Estados-Maiores.

O Conselho Superior de Defesa Nacional pronunciou-se sobre as propostas do Governo "tendo presente que o processo legislativo vai seguir subsequente tramitação, ouvindo o Conselho de Estado e envolvendo aprovação governamental e apreciação e aprovação na Assembleia da República".

Em 26 de fevereiro, numa cerimónia no Instituto Universitário Militar, o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas formulou o voto "de que seja bem sucedido este processo, em conciliação entre arrojo e bom senso, assertividade e participação, reforço institucional e plasticidade pessoal", sem falar especificamente sobre a intenção de reforço de competências do CEMGFA.

Por outro lado, manifestou a expectativa de que "possa ser seguido de uma renovada reflexão sobre o Conceito Estratégico de Defesa Nacional", tendo em conta a "alteração em curso geopolítica e no domínio da defesa e da segurança a nível global, a nível europeu, e com incidência a nível nacional".

Na quinta-feira, o PSD apresentou um documento próprio sobre estas matérias, com propostas para a reforma das Forças Armadas, que incluem também a constituição do CEMGFA como "chefe do Estado-Maior de Defesa", passando os chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea para a sua "efetiva dependência direta" em termos operacionais.

Em conferência de imprensa, o antigo ministro Ângelo Correia expôs as posições do Conselho Estratégico Nacional do PSD sobre esta matéria e considerou que é necessário retocar conceitos da Constituição.

O ministro da Defesa Nacional, Gomes Cravinho, tem expressado o desejo de que as alterações propostas pelo executivo, que exigem maiorias qualificadas no parlamento, reúnam um "consenso o mais abrangente possível".

De acordo com a Constituição, o Conselho de Estado, órgão político de consulta presidencial, é composto por cinco cidadãos designados pelo Presidente da República pelo período correspondente à duração do seu mandato, e também por cinco eleitos pela Assembleia da República pelo período correspondente ao da legislatura, além dos membros por inerência.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela