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Local de nascimento de Hitler transformado em esquadra a partir de outubro

Lusa 22 de agosto de 2023 às 07:28

"Uma esquadra de polícia e um centro de formação para agentes de direitos humanos" serão instalados no edifício "com um passado pesado", adiantou o governo austríaco.

As obras para transformar a casa de nascimento de Adolf Hitler numa esquadra de polícia em Braunau, Áustria, vão ter início em 2 de outubro, adiantou, na segunda-feira, um porta-voz do ministério da Administração Interna austríaco à agência France-Presse.

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Foto: REUTERS/Leonhard Foeger
Foto: REUTERS/Leonhard Foeger
Foto: REUTERS/Leonhard Foeger

De acordo com um comunicado recentemente enviado à imprensa, "uma esquadra de polícia e um centro de formação para agentes de direitos humanos" serão instalados no edifício "com um passado pesado", após a execução de uma "reforma arquitetónica".

A Áustria decidiu não transformar o edifício num local de memória para evitar que o sítio onde Adolf Hitler nasceu, em 20 de abril de 1889, e onde viveu os primeiros anos, se torne num local de peregrinação neonazi.

O objetivo, segundo uma comissão de especialistas criada pelo governo austríaco, em 2016, é "quebrar de forma sustentada o culto que lhe é dedicado por círculos extremistas", mas os historiadores decidiram, também, excluir a hipótese de demolição por considerarem que a Áustria "tem de confrontar o seu passado".

A obra terá um custo estimado de 20 milhões de euros, mais 15 milhões do que havia sido inicialmente estimado, e os novos ocupantes do edifício devem mudar-se para o local em 2026.

A decisão é, no entanto, controversa e um realizador de um documentário sobre o tema, que será lançado no final deste mês, apelou para que a ideia fosse abandonada, uma vez que "satisfaz o desejo do próprio Hitler" de utilização administrativa das instalações, formulado num artigo de jornal, em maio de 1939.

A Áustria, anexada pela Alemanha em 1938, tem uma relação complexa com o seu passado.

Após a II Guerra Mundial, o país apresentou-se coo "a primeira vítima do nazismo" e a cumplicidade de muitos austríacos com os crimes do Terceiro Reich foi negada, mas esta é uma versão que tem merecido uma reavaliação crítica desde meados da década de 1980.

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