Líbia é o sexto país a cortar relações com o Qatar
Três companhias aéreas também cortaram relações com o país. Qatar é ligado ao terrorismo
A Líbia foi o último país a cortar relações diplomáticas com o Qatar. A decisão foi anunciada depois de a Arábia Saudita, os Emirados Árabes, o Bahrein, o Egipto e o Iémen se terem separado de Doha.
A notícia foi avançada pela Sky News Arabia, que cita o ministro dos Negócios Estrangeiros Mohammed al-Dairi. O corte de relações diplomáticas com Doha ocorre em solidariedade com os outros países.
Três companhias aéreas, a Emirates, flydubai e a Eithad, também suspenderam as ligações a Doha.
A Arábia Saudita afirmou querer "proteger a sua segurança nacional dos perigos do terrorismo e do extremismo", enquanto o Bahrein sustentou a sua decisão acusando Doha de "minar a segurança e estabilidade" do país e de "interferir nos seus assuntos" internos.
"A Arábia Saudita tomou esta medida decisiva devido à série de abusos por parte das autoridades de Doha ao longo dos últimos anos (...), por incitar à desobediência e prejudicar a sua soberania", afirmou um responsável saudita, citado pela agência noticiosa oficial SPA.
Além disso, prosseguiu, "o Qatar acolhe diversos grupos terroristas para desestabilizar a região, como a Irmandade Muçulmana, o Daesh [acrónimo em árabe do grupo terrorista auto-proclamado Estado Islâmico]".
O Bahrein, por seu turno, culpou o Qatar pelo "incitamento dos media, apoio a actividades terroristas armadas e financiamento ligado a grupos iranianos para levar a cabo actos de sabotagem e semear o caos no Bahrein".
Na mesma linha, o Egipto, também por via de um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros, justificou o rompimento de relações com o Qatar acusando-o de apoiar "o terrorismo" e de "insistir em adoptar um comportamento hostil relativamente ao Egipto".
Todas as nações anunciaram ainda a retirada dos diplomatas do Qatar dos seus territórios, a par com planos para cortar as ligações aéreas e marítimas, sendo que a Arábia Saudita deu ainda conta de que também pretende encerrar a sua fronteira terrestre com o Qatar, deixando-o o efectivamente isolado do resto da península arábica.
Neste âmbito, desconhece-se também de que forma a medida vai afectar a transportadora Qatar Airways, uma das maiores companhias de longo curso da região, que cruza frequentemente o espaço aéreo saudita, a qual também ainda não comentou os anúncios.
Na sequência dos anúncios de corte de relações diplomáticas, a coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que intervém no Iémen anunciou a exclusão do Qatar devido ao "seu apoio ao terrorismo".
Além da Arábia Saudita, Bahrein, Egipto, Emirados Árabes Unidos, integram a coligação internacional a Jordânia, Kuwait, Marrocos, Paquistão e Sudão.
Este sismo diplomático tem lugar 15 dias depois de uma visita a Riade do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual pediu aos países muçulmanos para agirem de forma decisiva contra o extremismo religioso.
Estes desenvolvimentos representam um grave revés para o Qatar que, independentemente do seu papel regional, vai acolher o Mundial de Futebol de 2022.
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