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Governo britânico congela preços da energia por dois anos 

Lusa 08 de setembro de 2022 às 13:47

A medida "dá às pessoas segurança sobre as contas da energia, vai reduzir a inflação e incentivar o crescimento", aponta Liz Truss.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, anunciou hoje que o Governo vai congelar o preço da energia doméstica e para empresas durante dois anos, evitando o aumento de 80 por cento previsto para estar em vigor em outubro. 

REUTERS/John Sibley

A medida, afirmou, "dá às pessoas segurança sobre as contas da energia, vai reduzir a inflação e incentivar o crescimento" e permitirá apoiar o país "ao longo do inverno e no próximo e combater as causas dos preços elevados", disse Truss aos deputados numa intervenção no parlamento. 

Liz Truss indicou também que o Reino Unido irá reexaminar até ao fim do ano a trajetória para a neutralidade em emissões carbónicas até 2050 para que decorra "de uma maneira favorável para as empresas e para o crescimento", manifestando-se "completamente comprometida" com aquele objetivo de combate às alterações climáticas.

De acordo com o plano, a "garantia do preço da energia" significa que as contas domésticas médias não serão superiores a 2.500 libras [2.880 euros] por ano para gás e eletricidade.

O custo estava previsto aumentar em 01 de outubro para 3.500 libras [4.032 euros) por ano a partir de outubro, o triplo de há um ano atrás, em grande parte devido ao impacto nos mercados internacionais da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Empresas e instituições públicas, como hospitais e escolas, também receberão apoio, mas por seis meses em vez de dois anos.

O Governo diz que o teto sobre os preços vai reduzir a crescente taxa de inflação do Reino Unido em quatro a cinco pontos percentuais. A taxa de inflação atingiu 10,1% em julho e deve subir para 13% antes do final do ano.

Truss não detalhou qual vai ser o preço por unidade do gás e eletricidade, nem explicou quanto vai custar este plano, que as estimativas de especialistas avaliam que ultrapassa os 100.000 milhões de libras (115.000 milhões de euros), prometendo detalhes para mais tarde. 

A oposição, que já tinha proposto o congelamento dos preços da energia, criticou a recusa do governo em financiar a medida com um imposto extraordinário sobre os lucros das empresas fornecedoras de energia. 

"Ela alega que um imposto extraordinário desencorajaria investimento. Isso é rídiculo. Estes impostos enormes não são a recompensa de investimento planeado, mas a o resultado inesperado da barbarie de Putin na Ucrânia. Não existe razão para que tributá-los desencorajaria investimento no futuro", acusou o líder do partido Trabalhista, Keir Starmer. 

Starmer condenou também o levantamento da proibição da exploração do gás de xisto e o aumento da exploração de gás natural no Mar do Norte, ao largo da Escócia. 

Ambas as medidas são condenadas por ambientalistas, que temem que ponha em causa o compromisso legal do Reino Unido de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

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