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EUA e Rússia reivindicam morte de um porta-voz do Daesh

01 de setembro de 2016 às 14:58

Washington diz que Abu Mohamed al-Adnani foi morto por drone Predator perto de Aleppo, na Síria, e diz que a reinvidicação de Moscovo não passa de "uma piada"

Afinal quem matou um dos principais líderes do autoproclamado Estado Islâmico (EI), Abu Muhammad al-Adnani?

A morte do porta-voz e estratega do grupo terrorista Daesh, Abu Mohamed al-Adnani, anunciada na terça-feira pelo EI, foi reivindicada quer por Washington quer por Moscovo. 

Depois de Washingtom reivindicar a autoria do ataque que matou al-Adnani – por cuja captura havia uma recompensa de 5 milhões de dólares (4,48 milhões de euros) –, o ministério russo informou que Adnani estava entre os 40 rebeldes mortos na terça-feira num ataque aéreos realizado por um avião russo Su-34 em Maaratat-Umm Khaush, na província de Aleppo.

A agência de notícias do Daesh, a Amqa News, anunciou na terça-feira que Adnani foi morto "enquanto supervisionava operações para repelir campanhas militares contra Aleppo".

Uma autoridade da Defesa dos EUA disse à Reuters que os EUA tinham Adnani como alvo do ataque, mas não chegou a confirmar a morte.

O ministério da Defesa da Rússia afirmou que a morte de Adnani por ataque aéreo russo foi confirmada "por diversos canais de inteligência".

Adnani era o chefe de propaganda do movimento, recrutador de topo e cérebro de uma série de atentados no Ocidente reivindicados pelo grupo 'jihadista'.

O Pentágono afirmou depois que a coligação internacional anti-'jihadista' conduzida pelos Estados Unidos tinha realizado um ataque aéreo perto de Al-Bab, no nordeste de Aleppo, embora não tivesse confirmado logo a morte de Abu Mohamed al-Adnani.

Moscovo, por seu lado, só reivindicou a autoria da sua morte um dia depois, dizendo que foi um ataque de um bombardeiro russo Su-34, perto da localidade de Oum Hoch, na região de Aleppo, que o matou e a outros 40 combatentes do Daesh.

Conhecido pelos serviços de informações ocidentais como o "ministro dos atentados", Adnani exortou os partidários do grupo radical a utilizarem qualquer arma - facas, pedras ou veículos - contra os cidadãos dos países que combatem os 'jihadistas'.

Independentemente de quem possa ter sido responsável, a morte de Adnani representa, segundo analistas, um grande golpe para o EI, que este ano sofreu vários reveses, incluindo perdas territoriais e o assassinato de outras figuras de topo.

Adnani, um sírio nascido em 1977, era "o mais visceralmente agressivo líder do ISIS aos olhos do público", disse Charles Lister, do centro de investigação Middle East Institute, utilizando um dos vários nomes do grupo 'jihadista'.

A "piada" russa 
"Isso é uma piada", disse um responsável da Defesa dos Estados Unidos à agência France-Presse sob condição de anonimato, ao comentar o anúncio de Moscovo a reivindicar a autoria do ataque.

Outro responsável norte-americano, citado pela agência também sob condição de anonimato, revelou que o ataque foi levado a cabo por um drone Predator que lançou um míssil Hellfire contra um automóvel em que supostamente seguia al-Adnani.

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