Secções
Entrar

EUA: Diferenças entre candidatos democratas marcam debate

18 de janeiro de 2016 às 10:31

Os planos de saúde, venda de armas e relações com o Irão foram objecto de discussão entre Sanders e Clinton

Os pré-candidatos democratas às presidenciais dos Estados Unidos Bernie Sanders e Hillary Clinton entraram hoje em conflito em torno de planos de saúde, venda de armas e relações com o Irão, no último debate antes das primeiras votações.

Sanders e Clinton, juntamente com o terceiro candidato Martin O'Malley, debateram em Charleston, Carolina do Sul, pela última vez antes das votações em Iowa, daqui a duas semanas.

Sanders, que se tem aproximado de Clinton nas sondagens, revelou, duas horas antes do início do debate, a sua proposta de plano de saúde, "Medicare for All", que garantiu poder poupar às famílias norte-americanas de classe média milhares de dólares por ano.

No entanto, este plano implicaria uma subida de impostos para todos os norte-americanos.

Sanders, um senador independente que se descreve como um democrata socialista, garantiu que o seu plano pouparia seis biliões em dez anos, quando comparado com o actual sistema.

Clinton já tinha criticado Sanders por tentar vender um sistema de pagamento único nacional administrado pelo governo federal que seria demasiado caro, e no debate de domingo reforçou esta crítica afirmando que o plano de Sanders iria destruir o de Barack Obama, que permitiu que mais 19 milhões de pessoas ficassem protegidas por um seguro de saúde.

Mudando para o tema do controlo de armas, Clinton acusou Sanders de ter uma posição demasiado permissiva.

"Votou numerosas vezes juntamente com a NRA (National Rifle Association), com o lóbi das armas", disse, chamando a atenção para os muitos votos de Sanders contra legislação que obrigasse a uma maior verificação dos antecedentes dos compradores de armas.

Sanders defendeu-se afirmando que em Vermont teve uma posição "firme contra o lóbi das armas" e que se opõe à venda "de armas de estilo militar".

"Sou a favor da verificação automática de antecedentes", disse.

No entanto, voltou a defender os motivos que o levaram a opor-se, no passado, à retirada da imunidade aos vendedores e fabricantes de armas: "Se alguém tem uma pequena loja de armas e estas caem nas mãos erradas, devemos culpá-lo? Devemos rever a questão", disse.

Os pré-candidatos democratas entraram também em conflito sobre a velocidade a que deve decorrer a normalização das relações com o Irão, após o levantamento das sanções anunciado este fim de semana.

Clinton, que celebrou o acordo nuclear como parte do seu legado como secretária de Estado (2009-2013), defendeu que não se acelere o processo e se vigie o Irão com muito cuidado, enquanto Sanders pediu uma normalização das relações com rapidez.

"Devemos normalizar o mais rapidamente possível as relações com o Irão, tendo em conta a sua inaceitável retórica anti-Estados Unidos e o seu financiamento ao terrorismo", disse o senador.

"Quero que a relação seja o mais positiva possível, não digo que tenhamos de abrir uma embaixada amanhã, mas o trabalho deve ser semelhante ao que se fez em Cuba", explicou.

Já Clinton defendeu uma postura cautelosa: "Temos de os vigiar com muito cuidado. Tivemos um dia bom, precisamos de mais dias bons até que possamos avançar com mais rapidez para a normalização", defendeu a antiga primeira-dama.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela