Secções
Entrar

Covid-19: Empresários de diversão itinerante manifestam-se em Lisboa para pedir resposta ao Governo

27 de julho de 2021 às 14:24

"Aquilo que viemos pedir é que nos deixem trabalhar, mas também que nos apoiem", pede vice-presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados.

Cerca de meia centena de empresários itinerantes estão concentrados à porta do Infarmed, em Lisboa, para pedir ao Governo uma resposta para o setor depois de verem, novamente, a atividade parada devido à pandemia covid-19.

"As pessoas estão desesperadas. Neste momento há quatro associações do setor e estão aqui associados delas todas, mas este é um movimento sem associações. Os líderes sentem-se abandonados e as pessoas estão a chegar a uma situação de desespero", disse Saul Teixeira, em declarações à Agência Lusa.

O também vice-presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), explicou que o setor teve "mais de 50 reuniões, mas, no fundo, só houve promessas", lembrando que o Governo autorizou a atividade, mas, entretanto, em Conselho de Ministros de 1 de julho, foi determinado o encerramento dos parques e equipamentos de diversão em municípios de risco elevado.

"As pessoas começaram a abrir a atividade, a pagar as taxas e impostos para começar a trabalhar, já que temos 'n' despesas para poder estar em feiras e parques e o Governo mandou fechar a atividade, as pessoas estavam mal em casa, mas ainda tentaram. Se soubessem, tinham continuado mal, mas não gastavam dinheiro", desabafou.

Saul Teixeira adianta que o Governo deu como justificação para o setor fechar o facto de estes pertencerem aos parques aquáticos, acusando agora os responsáveis governamentais de terem autorizado a abertura dos parques aquáticos, mas não permitirem a sua atividade.

"Estamos autorizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para trabalhar, temos protocolo sanitário e não podemos abrir, mas os parques aquáticos, os casinos, as feiras de levante estão abertas e até as praias estão cheias de gente onde se pode transmitir o vírus", reconheceu.

O responsável lembrou ainda que, no ano passado, foi autorizada a abertura de cinco parques de diversões no país, "com 5%" do pessoal itinerante a trabalhar e não foi registado "um único caso de infeção de pessoas que por lá tenham andando".

"Esta é a última vez que pretendemos vir a Lisboa pacificamente", advertiu, adiantando ter conhecimento de algumas pessoas que têm os equipamentos de diversão a ganhar ferrugem e que ameaçam trazer para a Assembleia da República e deitarem-lhes fogo.

"Aquilo que viemos pedir é que nos deixem trabalhar, mas também que nos apoiem. Os feirantes são das pessoas que mais impostos pagam", afirmou.

Os profissionais de diversão itinerante, que englobam carrosséis, jogos e restauração itinerante, têm agendadas manifestações até quinta-feira, estando esta manhã no Infarmed, onde decorre a reunião de peritos para analisar a situação pandémica, seguindo depois para o Ministério da Economia, e à noite para Cascais, para pernoitar frente à residência do Presidente da República.

Para quarta e quinta-feira preveem estar novamente todo o dia frente ao Ministério da Economia e em vigília, entre as 20:00 e as 06:00 junto à residência civil de Marcelo Rebelo de Sousa, em Cascais.

Em 13 de maio deste ano, a atividade de diversão itinerante e os parques infantis e aquáticos privados foi autorizada a entrar em funcionamento nos concelhos do continente incluídos no nível mais avançado do plano de desconfinamento.

No início de maio, em mais um protesto em período de pandemia -- o primeiro que reuniu as três associações representativas do setor --, empresários da diversão itinerante concentraram-se em Lisboa para pedir a retoma urgente da atividade, prometendo funcionar com protocolos de segurança.

Acusando o Governo de negligência, a Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC) explicou que já estavam a ser assinados contratos com os municípios para recomeçarem a laborar, mas, recordou, estavam a ser bloqueados pela tutela.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela