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Covid-19: Dinamarca é o primeiro país da UE a eliminar maioria das restrições

01 de fevereiro de 2022 às 19:24

A primeira-ministra avisou que é demasiado cedo para saber se será necessário voltar a impor novamente restrições. "Não sabemos o que acontecerá no outono, se haverá uma nova variante", afirmou.

A Dinamarca tornou-se hoje o primeiro dos países da União Europeia a eliminar a maioria das restrições destinadas a combater a pandemia de covid-19 por considerar que já não se trata de uma "doença socialmente crítica".

A razão para tal é que, apesar de a variante Ómicron estar a propagar-se no país escandinavo, não está a sobrecarregar muito o sistema de saúde, e o país tem uma elevada taxa de vacinação, indicaram as autoridades.

A primeira-ministra, Mette Frederiksen, disse à rádio dinamarquesa que é demasiado cedo para saber se será necessário voltar a impor novamente restrições.

"Não me atrevo a dizer que é o último adeus às restrições. Não sabemos o que acontecerá no outono, se haverá uma nova variante", afirmou.

A Dinamarca, um país com 5,8 milhões de habitantes, registou nas últimas semanas uma média de mais de 50.000 novos casos diários, ao passo que o número de pessoas hospitalizadas em unidades de cuidados intensivos (UCI) diminuiu.

Outros países da União Europeia estão também a aliviar as medidas de combate à pandemia: a Irlanda levantou a maioria das restrições e os Países Baixos têm atenuado o seu confinamento, embora os bares e restaurantes do país ainda tenham de encerrar às 22:00.

O presidente da Autoridade de Saúde Dinamarquesa, Søren Brostrøm, disse à estação televisiva nacional TV2 que estava mais concentrado no número de pessoas em UCI que no número de novas infeções.

Segundo o responsável, o número de hospitalizados em UCI "foi caindo e é agora incrivelmente baixo", com apenas 32 doentes, quando há algumas semanas eram 80.

A restrição mais visível que desaparecerá é o uso de máscaras, que deixa de ser obrigatório nos transportes públicos, lojas e para clientes de pé em espaços interiores de cafés, pastelarias e restaurantes.

As autoridades passam apenas a recomendar o uso de máscaras em hospitais, instalações de cuidados de saúde e lares de terceira idade.

Outra restrição que deixará de existir é a apresentação de certificado digital para entrar em discotecas, bares e para sentar à mesa em espaços interiores de restaurantes.

As autoridades da saúde instaram os dinamarqueses a fazerem testes regularmente para que o país possa "reagir depressa se necessário", como disse o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, na semana passada.

"O nosso programa de vacinação nacional foi muito bem-sucedido ao longo de 2021: muitas pessoas receberam as duas doses da vacina, e muitas receberam também as três doses, e muitas dessas doses foram administradas no quarto trimestre de 2021", declarou Jens Lundgren, professor de doenças virais no Hospital da Universidade de Copenhaga, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).

Mais de 60% da população da Dinamarca com mais de 12 anos levou uma terceira dose da vacina, de acordo com dados oficiais.

O Governo dinamarquês alertou que o país poderá assistir a um aumento das infeções nas próximas semanas e que uma quarta dose da vacina poderá ser necessária.

As restrições destinadas a combater a pandemia de covid-19 foram inicialmente introduzidas em julho, mas foram eliminadas cerca de dez semanas mais tarde, após uma campanha de vacinação bem-sucedida. Voltaram a ser impostas quando o número de casos diários disparou.

Em 2020, a Dinamarca tornou-se um dos primeiros países europeus a encerrar escolas devido à pandemia e a enviar para teletrabalho todos os funcionários públicos não-essenciais.

Na vizinha Finlândia, as restrições de combate à covid-19 terminam este mês, tendo a primeira-ministra, Sanna Marin, afirmado que o seu Governo social-democrata negociaria com os outros partidos com assento parlamentar o calendário para o levantamento das medidas.

Na segunda-feira, terminaram os controlos fronteiriços nas fronteiras internas entre a Finlândia e os outros países Schengen que formam a área de livre circulação da UE. Essa restrição fora introduzida no final de dezembro para abrandar a propagação da variante Ómicron.

Os viajantes procedentes de fora da UE continuarão a encontrar controlos fronteiriços pelo menos até 14 de fevereiro.

Hoje, o diário norueguês Dagbladet noticiou o primeiro caso de covid-19 de sempre na ilha de Utsira, no mar do Norte.

"Conseguimos evitá-la durante dois anos", disse a presidente da câmara, Marte Eide Klovning, ao Dagbladet, acrescentando que os 188 habitantes da ilha foram vacinados. Não é claro como é que o vírus chegou à ilha, situada cerca de 120 quilómetros a sul de Bergen, a segunda maior cidade da Noruega.

Mas nem todos os países da UE estão a avançar na mesma direção da Dinamarca: Itália, por exemplo, tem gradualmente aumentado as situações em que é exigida apresentação de certificado de saúde durante a vaga da variante Ómicron.

A partir de segunda-feira, é necessário pelo menos um teste negativo feito nas 48 anteriores para entrar em bancos e estações de correios, e qualquer pessoa com mais de 50 anos que não tenha sido vacinada arrisca-se a pagar uma multa de 100 euros.

A covid-19 causou pelo menos 5.671.154 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em dados oficiais.

A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China.

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