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Covid-19: Bastonário dos Médicos defende substituição de autotestes por testes rápidos de antigénio

09 de julho de 2021 às 13:51

"Os autotestes não têm viabilidade e podem dar falsas sensações de segurança como tem acontecido em várias reuniões familiares e sociais porque os autotestes falham bastante", afirma Miguel Guimarães.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou hoje que a utilização de autotestes "não é uma medida adequada" de prevenção e proteção contra a covid-19 e defendeu que os mesmos deveriam ser substituídos por testes de antigénio.

"Os autotestes não têm viabilidade e podem dar falsas sensações de segurança como tem acontecido em várias reuniões familiares e sociais porque os autotestes falham bastante. Não é uma medida adequada", disse Miguel Guimarães a jornalistas à margem do XIII Congresso Nacional do Mutualismo.

O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou que apesar de as medidas anunciadas na quinta-feira pelo Governo serem "adequadas", a utilização dos autotestes "não é ajustada" e defendeu a sua substituição por testes rápidos de antigénio.

"O teste antigénio rápido já foi legislado pelo Governo, de que havia comparticipação a este teste. É este teste que as pessoas devem usar", afirmou Miguel Guimarães.

A par do teste rápido de antigénio, o bastonário lembrou ainda que os testes PCR dão garantias de que "a pessoa não está infetada durante algum tempo, cerca de dois a três dias" e lembrou a importância do certificado digital covid-19.

Os restaurantes em concelhos de risco elevado ou muito elevado vão passar a ter de exigir certificado digital ou teste negativo à covid-19 a partir das 19:00 de sexta-feira e aos fins de semana e feriados para refeições no interior.

A nova exigência começará a ser aplicada a partir das 15:30 de sábado e aplica-se apenas ao fornecimento de refeições no interior dos restaurantes, deixando de fora as pastelarias e cafés, assim como as refeições servidas em esplanadas.

São quatro as tipologias de testes aceites pelas autoridades de saúde: os PCR e antigénio com resultado laboratorial (contemplados no certificado digital covid-19) e também os autotestes feitos presencialmente (à entrada do estabelecimento) ou perante um profissional de saúde (nas farmácias, por exemplo). Para agilizar o acesso aos autotestes, estes vão passar a ser vendidos no retalho alimentar, como supermercados.

Também o acesso a estabelecimentos turísticos e de alojamento local em todo o território continental vai passar a estar sujeito à existência de certificado digital ou teste negativo por parte dos clientes.

Aos jornalistas, Miguel Guimarães insistiu ainda que a Ordem dos Médicos vai propor ao Governo uma nova matriz de risco para avaliação da pandemia que permitirá "proteger de forma mais adequada" a saúde e economia", não revelando, no entanto, uma data para a entrega da proposta. 

"As medidas de antecipação, quando estamos a falar de pandemia, são essenciais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse no início desta pandemia que o fundamental era antecipar, antecipar e antecipar. É na antecipação que ganhamos a guerra ao vírus", afirmou.

O bastonário salientou ainda que a "guerra ao vírus" vai também acabar por ser vencida graças à vacinação, processo que considera estar a ser "um sucesso". 

"O coordenador da vacinação tem feito um trabalho extraordinário", salientou. 

Já no âmbito do XIII Congresso Nacional do Mutualismo e debatendo o tema "O futuro da saúde na economia social", o bastonário da Ordem dos Médicos salientou a necessidade dos fundos relativos ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serem usados em beneficio das entidades de saúde, mas também das associações mutualistas. 

"Não sei se vamos ter mais oportunidades como esta em termos de investimento. Se o dinheiro for bem usado pode ser benéfico para todos nós, se não for bem usado, podemos perder aqui uma oportunidade. Temos de estar atentos às oportunidades porque isto [PRR] é importante para todos nós", afirmou.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.004.996 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.135 pessoas e foram registados 899.295 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. 

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